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Países ocidentais dizem que Rússia pode usar pretexto de “bomba suja”

Países ocidentais acusaram a Rússia, nesta segunda-feira (24), de conspirar para usar a ameaça de uma bomba com material nuclear como pretexto para escalada na Ucrânia. Moscou já retira civis de cidade do Sul, em antecipação a uma grande batalha.


Com as forças ucranianas avançando para a província de Kherson, ocupada pela Rússia, o ministro da Defesa da Rússia, Sergei Shoigu, telefonou para colegas ocidentais neste domingo (23), para dizer a eles que Moscou suspeita que Kiev planeja usar a chamada “bomba suja”.


Em comunicado conjunto, os ministros das Relações Exteriores da França, do Reino Unido e dos Estados Unidos disseram que todos rejeitaram as acusações e reafirmaram seu apoio à Ucrânia contra a Rússia.


“Nossos países deixaram claro que todos rejeitamos as alegações falsas da Rússia de que a Ucrânia está se preparando para usar uma “bomba suja” em seu próprio território”, afirmaram. “O mundo veria, por meio de qualquer tentativa de usar essa alegação como pretexto para escalada”.


Em discurso à noite, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskiy, disse que a acusação russa é sinal de que Moscou está planejando o ataque e culpa a Ucrânia.


“Se a Rússia liga e diz que a Ucrânia está supostamente preparando algo, isso significa uma coisa: a Rússia já preparou tudo isso”, afirmou Zelenskiy.


“Então, quando o ministro da Defesa russo organiza um carrossel telefônico e liga para os ministros das Relações Exteriores com histórias sobre a chamada bomba nuclear ‘suja’, todos entendem bem. Entendem quem é a fonte de tudo de sujo que pode ser imaginado nesta guerra.”


Retirada

A Rússia determinou que civis saiam do território que controla, na margem ocidental do Rio Dnipro, onde as forças ucranianas avançam desde o início deste mês, logo após Moscou alegar que anexou a área.


Uma derrota russa ali seria um dos maiores reveses de Moscou na guerra. A capital regional de Kherson é a única grande cidade que a Rússia capturou intacta desde a invasão em fevereiro, e seu único ponto de apoio na margem oeste do Dnipro, que corta a Ucrânia. A província controla a porta de entrada para a Crimeia, a península que a Rússia apreendeu e disse ter anexado em 2014.


As autoridades russas instaladas em Kherson anunciaram hoje que os homens que ficarem para trás terão a opção de ingressar em uma unidade militar de autodefesa. Kiev acusa a Rússia de recrutar homens em áreas ocupadas em formações militares, um crime de guerra de acordo com as Convenções de Genebra.


Agência do Brasil


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