O Ministério Público Federal no Acre (MPF-AC) requisitou, na tarde desta segunda-feira (31), que a Polícia Federal (PF-AC) e a Polícia Rodoviária Federal (PRF-AC) tomem medidas urgentes para que os pontos de bloqueios realizados por manifestantes sejam liberados. Foi dado o prazo de 24 horas para que as forças policiais atendam a requisição.
As manifestações ocorrem por causa do resultado do segundo turno das Eleições 2022 que terminou com a derrota do atual presidente Jair Bolsonaro (PL) e vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Estão obstruídos três pontos de rodovias no estado: o Km 298 da BR-317, entre as cidades de Brasileia e Assis Brasil, o km 103 em Senador Guiomard, também na BR-317, e o km 120 da BR-364, em Rio Branco.
O MPF informou que a solicitação leva em conta chamamentos feitos pelas redes sociais para que as rodovias em todo o país sejam bloqueadas.
Veja as as solicitações feitas pelo MPF
a) À PF em Rio Branco:
• Realização de levantamento de informações e, a partir delas, identificação das lideranças do movimento, inclusive eventual financiamento por empresas, a serem oportunamente responsabilizadas.
• Organização de força de trabalho suficiente à inibição da prática de crimes, e sendo comprovada a autoria e materialidade, seja instaurado inquérito policial para apurar os crimes previstos no art. 286, parágrafo único do Código Penal, art. 359-M da Lei nº 14.197/21, bem como os crimes da Lei nº 10.826/03
b) À PRF em Rio Branco:
• Realização de monitoramento da situação, com o envio imediato de força de trabalho suficiente para a desmobilização do movimento em caso de obstrução das BRs, inclusive com a aplicação das penalidades http://ecosdanoticia.net/wp-content/uploads/2023/02/carros-e1528290640439-1.jpgistrativas (multas e retirada dos veículos).
• Identificação dos proprietários dos veículos utilizados para bloqueio das vias, para futura responsabilização cível e criminal.
Entenda
O ato de caminhoneiros teve início por volta das 8h desta segunda (31). O primeiro trecho fechado foi no Km 298 da BR-317, entre Brasileia e Assis Brasil, no interior do Acre. Logo em seguida, também na BR-317, foi fechado km 103 em Senador Guiomard. Pela tarde, outro grupo fechou o km 120 da BR-364 em Rio Branco. Queimando pneus, uma fila de carros se formou na rodovia. O movimento na capital começou por volta das 14h.
A PRF-AC informou que o bloqueio em Brasileia é nos dois sentidos da rodovia e que o grupo só deixa passar pedestres, ambulâncias e veículos com carga viva. O Sindicato dos Transportadores Autônomos de Bens do Estado do Acre (Sintraba) informou que não apoia ou tem relação com o movimento. (Veja nota mais abaixo)
Nas imagens, compartilhadas nas redes sociais em Brasileia, é possível ver manifestantes com camisetas do Brasil e bandeiras do país, além de vários caminhões atravessados na pista impedindo a passagem dos demais motoristas. Os manifestantes também queimaram pneus na via.
A Advocacia Geral da União (AGU) informou, em nota, que recebeu, por enquanto, pedido de atuação por meio das unidades da Procuradoria da União em Rondônia, Goiás e Pará.
“É importante destacar que existem pareceres jurídicos da instituição que autorizam atuação de ofício das Polícias, sem demandar autorização judicial, como ocorreu em 2018, por ocasião da greve dos caminhoneiros. A atuação judicial da AGU ocorre apenas quando, no caso concreto, as instituições de polícia entendem que precisam de medida judicial para garantir a liberação de rodovias. Após o pedido da PRF, a AGU ajuizará as medidas cabíveis por meio de suas unidades regionais”, diz a nota.
Veja os ponto de interdição nas rodovias do AC
• BR-317, km 298, (Brasiléia): Bloqueio total nos dois sentidos da rodovia.
• BR-317, km 103 (Senador Guiomard): Bloqueio parcial.
• BR-364, km 120 (Rio Branco): bloqueio parcial.
Nota de Esclarecimento
O SINDICATO dos caminhoneiros do ACRE – SINTRABA. Entidade de representação da CATEGORIA DOS CAMINHONEIROS DO ACRE. Acompanha as paralisações em alguns pontos do Acre e do País. Nós nos posicionamos contrariamente a esse tipo de intervenção.
A entidade respeita o direito de manifestação de todo cidadão, entretanto, defende que ele seja exercido sem prejudicar o direito de ir e vir das pessoas.
Além de transtornos econômicos, paralisações geram dificuldades para locomoção de pessoas, inclusive enfermas, além de dificultar o acesso do transporte de produtos de primeira necessidade da população, como alimentos, medicamentos e combustíveis.
Nesse sentido, o SINTRABA, tem convicção de que as autoridades garantirão a circulação de pessoas e de bens por todo o País com segurança, entendendo que qualquer tipo de bloqueio não contribui para as atividades do setor transportador e, consequentemente, para o desenvolvimento do Brasil.
Sindicato SINTRABA
ATT,
Presidente
Marcos Maia
Fonte: G1Ac