Isento, isentão, em cima do muro, alienado, omisso, covarde… são tantos os adjetivos que já recebi por me posicionar contra e, portanto, não apenas não votar, mas fazer forte campanha contra o chefão petista e o amigão do Queiroz, que perdi a conta, mas creio ter ouvido de tudo um pouco, de A a Z.
Para os bolsominions, estou ajudando, assim, na eleição do líder do petrolão. Para os mortadelas, o contrário: estou ajudando na reeleição do devoto da cloroquina. A verdade é que estou ajudando tão somente a mim mesmo a dormir em paz. Voto-vômito (termo cunhado por Cristina Serra para se referir ao voto em Bolsonaro, do qual me aproprio e estendo a Lula), nunca mais.
Em 2018, por ojeriza cega – e justificada! – à cleptocracia lulopetista e seus anos de destruição, votei, no segundo turno, nessa desgraça que aí está. No primeiro, votei, ao lado do próprio candidato e mais meia dúzia de gatos pingados, em Henrique Meirelles. Não me arrependo, mas lamento profundamente minha escolha pelo 17.
Tornei-me uma espécie de vírus em meu meio social. Como 6 em cada 10 amigos são bolsonaristas (por convicção ou repulsa ao meliante de São Bernardo) e 2, petistas (por convicção ou repulsa ao patriarca do clã das rachadinhas e das mansões compradas com panetones e dinheiro vivo), só me sobraram 2 parças para o chopp.
Mas fico, ao lado destes dois outros lobos solitários, pensando no que (não) estou perdendo. Semana passada, a disputa deixou de ser rachadinha e mansão X mensalão e petrolão, para seguir num campo, digamos, menos terreno: satanismo X canibalismo. Bons tempos em que, na política, discutiam-se planos, modelos e propostas para o País.
Se der o maridão da Micheque na cabeça, idem. Em muito pouco tempo, quando seu desgoverno for para o brejo de vez, e a ameaça PT não existir mais, os idiotas-úteis, que hoje me xingam, passarão a bater palmas para meus tirambaços antibolsonaristas. Prometo, inclusive, não dizer: “eu bem que avisei”. Aliás, prometo nada!
Eu vou é azucrinar a cabeça desse povo! Eles merecem, hehe. Em tempo, e já começando, ou melhor, continuando: o que é pior? Beira-mar, apoiando Lula, ou o ex-goleiro Bruno, Bolsonaro? Viram? Eu também sei discutir assuntos profundos, com profundidade. Será que agora posso voltar a fazer parte dos grupos de WhatsApp dos meus ex-amigos?
Estado de Minas