O policial militar Michael Felipe Costa, acusado de matar com um tiro o vizinho, um jovem de 18 anos, em 2015, foi condenado, nesta quarta-feira (26), a uma pena de 19 anos e 10 meses de prisão.
De acordo com a denúncia do Ministério Público, na noite do dia 17 de maio de 2015, o policial, que estava em uma moto, atingiu a vítima que transitava logo à frente, em outra motocicleta, na rua 23 de Maio, no bairro Esplanada, Região Leste de Belo Horizonte.
Na época, o policial alegou que chegava da faculdade e atirou porque outro homem, que estava na garupa da vítima, teria anunciado um assalto e disparado contra ele.
A defesa afirmou ainda que a pessoa que atirou, fugiu do local levando a arma usada na tentativa de assalto.
Porém, um amigo da vítima , que era vizinho de rua do policial, contou outra versão. Disse que a vítima voltava da escola e era ele quem estava na garupa da moto, de carona.
Alegou também que, poucos metros antes de desembarcar no portão de sua casa, chegou a ver a moto do policial trafegando paralelamente à vítima e estacionando logo adiante, no portão da casa onde o militar morava.
Disse ainda, em seu depoimento, que entrou em casa e pouco tempo depois ouviu o barulho de um disparo de arma de fogo, mas como a região tem histórico de violência e de tiros, ele não chegou a sair na rua para ver do que se tratava.
O inquérito que apurou a tentativa de assalto narrada pelo policial não foi concluído até hoje, não apontou quem seria o suspeito apontado pelo policial e não chegou a investigar o homem que estaria na garupa, antes do homicídio.
Ainda de acordo com a denúncia, o crime causou revolta na comunidade porque a vítima era jovem, estudante, vista como trabalhadora e não tinha nenhum registro criminal, além de ser conhecida de infância do policial que atirou nele.
O Ministério Público também destacou que o próprio réu reconheceu em juízo que a vítima não estava armada, pois disse que ela pilotava a moto quando foi atingida.
Ao sentenciar o policial militar, o juiz Daniel Leite Chaves destacou que, sendo o acusado um policial militar, exige-se de sua atitude “maior cautela, ponderação e senso de responsabilidade em uma ação letal”.
A reportagem do g1 procurou a Polícia Militar sobre a condenação e aguarda retorno com o posicionamento da corporação.
G1