Homem dorme na entrada na esperança de recuperar cachorra perdida

Foto: Reprodução

Os cães são os melhores amigos dos humanos: quem convive com um deles sabe disso. Algumas pessoas, mesmo não tendo quase nada – ou talvez por isso – valorizam bastante a presença de um peludo. Este homem é um exemplo: ele dormiu várias noites na entrada de um abrigo, na esperança de recuperar a cachorra que tinha perdido.


O homem em questão é um sem-teto, um morador de rua. Ele vive na Geórgia, Estado no sul dos EUA, e perdeu a cachorra com quem divide tudo que tem. O tutor foi até o Dekalb County Shelter, tentando reaver a amiga.


A história de Tata


O homem que se desencontrou da cachorra vive em Chamblee, uma cidade na região metropolitana de Atlanta, a capital do Estado. Ele perambulou pelas ruas até chegar ao abrigo municipal, que estava fechado. Nesta primeira noite, o tutor dormiu no chão, logo na entrada da organização.


Na manhã seguinte, um funcionário do Dekalb County Animal Services (DKAS) encontrou o homem, deitado quase encostado à porta. Curioso, ele decidiu obter algumas informações. Durante a conversa, ele soube que se tratava de um sem-teto que havia perdido a melhor amiga e não sabia o que fazer.


Foto: Divulgação

O homem também informou que um amigo havia dito que a cachorra havia sido apreendida e levada para o DKAS. Com essas informações, o tutor desesperado tomou um ônibus até o abrigo. Mas, quando ele chegou, o expediente já tinha sido encerrado.


O tutor de Tata – este é o nome da cachorra – não tinha mais nenhum dinheiro, nem mesmo para comer. O funcionário da DKAS prontificou-se a pagar um lanche e a condução para outro local: o novo abrigo da entidade, instalado fora da zona urbana da cidade. Animais apreendidos sem identificação eram encaminhados para lá.


O funcionário apenas postou uma mensagem nas redes sociais, contando sobre a amizade entre um homem sem recursos e uma cachorrinha, que devia exercer papel central na vida dele. Uma das diretoras da DKAS, Kerry Moyers Horton, teve acesso ao post e achou que deveria fazer alguma coisa.


Ela destacou o altruísmo do funcionário, ajudando o sem-teto a procurar a cachorra, e também os sentimentos nobres do tutor, que gastou as últimas moedas para reaver a melhor amiga. Kerry também conseguiu encontrar o morador de rua – desta vez, ele tinha dormido na porta do canil, fora da cidade.


A diretora da DKAS conseguiu identificar Tata entre os cães recolhidos nos dias anteriores. É uma cachorrinha de pequeno porte, que estava bastante assustada com a situação. O reencontro foi marcado pela emoção.


De acordo com a legislação da Geórgia, todos os animais que perambulam pelas ruas sem um responsável são capturados e encaminhados para centros de controle, onde podem inclusive ser sacrificados, caso ninguém se apresente para reclamar os cães e gatos ou disponibilizar-se para adotar um deles.


Certamente, devolver um cachorro para uma pessoa que não tem uma casa para morar não é a melhor opção. Mas os funcionários da DKAS puderam testemunhar o amor que unia aquela dupla: a cachorrinha correu para o tutor, assim que ele foi admitido no canil. Eles não se largaram mais.


O trâmite normal para a devolução de um cachorro seria avaliar provas ou evidências de que o presumido tutor é realmente responsável pelo animal. Como Tata foi encontrada na rua, o abrigo deveria analisar as condições em que ela vive.


Felizmente, a burocracia foi derrotada neste caso. A diretora da DKAS pôde testemunhar que, sem sombra de dúvida, Tata e o tutor estavam novamente reunidos: não era necessário fornecer documentos de identificação para comprovar a ligação afetiva entre os dois.


Por isso, a cachorrinha foi liberada logo que Kerry identificou o tutor e os dois juntos inspecionaram os canis à procura de Tata. Com muito bom senso, a dirigente compreendeu que não existem provas objetivas para o amor.


O homem levou a sua cachorrinha querida nos braços, com algumas doações de ração e agasalhos, além do dinheiro para tomar o trem e voltar para Chamblee. Eles precisam de muito mais para viver com dignidade, mas, naquele momento, tudo o que eles precisavam era um do outro.


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