Família doa cérebro de Éder Jofre para estudo sobre demência

Alguns campeões ficam marcados na história pelos seus títulos, mas Éder Jofre deixou mais do que apenas medalhas para as próximas gerações. A família do Galo de Ouro anunciou nesta quinta-feira a doação do cérebro do tricampeão mundial para estudos sobre encefalopatia traumática crônica, conhecida como demência pugilista. O ex-pugilista, que morreu aos 85 anos no início deste mês de outubro, convivia com a doença desde 2010.


Os familiares respeitaram a vontade do próprio Éder. Durante uma entrevista coletiva nesta quinta-feira, o neurologista Renato Anghinah, que acompanhou o tratamento de Jofre, afirmou que o ex-lutador comunicou à família sobre sua vontade depois que outro ídolo do esporte decidiu não fazer a doação.

– O Eder ficou muito chateado com essa decisão do (Mohammed) Ali. Foi aí que ele teve certeza de que faria diferente – disse Anghinah sobre a escolha de Mohammed Ali, que morreu em 2016, em não doar seu cérebro para estudos.


Os filhos do atleta brasileiro (Eder, Marcel e Andrea Jofre) disseram que o pai se considerava doador de órgãos, e, se fosse para ajudar, doaria todos. Éder Jofre confirmou a vontade com o médico Renato Anghinah depois de saber do diagnóstico da doença. Logo depois do tricampeão mundial do peso galo se despedir da vida, a família acionou o neurologista para o procedimento de remoção do órgão. O cérebro do Galinho de Ouro foi levado até o laboratório de medicina da USP.


– Esse é mais um gesto nobre do meu pai, que trouxe tantas alegrias pro povo brasileiro. Eu, como filho, fico muito feliz por saber que ele tomou essa decisão em vida. Se outros pacientes tivessem feito o mesmo, o tratamento do meu pai estaria mais avançado. Poderia ter prolongado a vida dele – relatou o filho Marcel durante a entrevista.


GE


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