Apesar das demonstrações públicas de solidariedade, o entorno de Jair Bolsonaro (PL) ficou enfurecido com o vídeo em que Carla Zambelli (PL-SP) persegue e aponta uma arma para um homem no Jardins, em São Paulo.
Não bastasse o possível dano na véspera da eleição, é o terceiro episódio com armas em uma semana, após o ataque de Roberto Jefferson com fuzil e granadas à Polícia Federal e a ordem da equipe de Tarcísio de Freitas (Republicanos) para um câmera apagar imagens de um tiroteio.
Zambelli é uma das parlamentares mais identificadas com a pauta armamentista. Além de autora de projetos facilitando o porte, é apoiadora do Pró-Armas, principal lobby do setor no país.
No vídeo, um rapaz corre em direção a uma lanchonete enquanto Zambelli e alguns homens aparecem em perseguição. Um deles grita “deita no chão, vagabundo”.
A deputada entra na lanchonete apontando a arma para o rapaz. O homem pergunta “você quer me matar para quê?”.
Outro vídeo compartilhado nas redes sociais mostra momento anterior. O rapaz dá as costas para Zambelli, que faz menção de ir atrás dele, tropeça e cai. Ela então começa a persegui-lo enquanto outro homem saca uma arma, fazendo com que o rapaz grite por socorro.
Em vídeo nas redes sociais de Antonio Neto, presidente municipal do PDT, uma testemunha afirma que Zambelli apontou a arma em direção a todos os presentes na lanchonete.
“Ela entrou com a arma na cara dele, dando voz de prisão, mandando deitar no chão. Fiquei com a mão pra cima, apontou a arma para todo mundo. Gritando ‘você me xingou, agora você vai ver’. Toda aquela confusão. Os homens que estavam com ela baterem nele, deram tapas, pegaram pelo pescoço. No final, ainda, ela falou que só não vou te dar voz de prisão porque hoje não pode. Ele ainda fez o L para ela”diz João Guilherme Desenzi, que é vice-presidente da Juventude do PDT-SP.
Zambelli disse à Folha de S.Paulo que um homem, bastante exaltado, a ofendeu com palavrões e a chamou de prostituta. Além disso, segundo o relato dela, ela teria recebido uma cusparada e teria caído no chão após um suposto empurrão.
Ela também afirmou que fez um disparo para o alto depois de alguém ter feito, segundo ela, menção de sacar uma arma que estaria “velada”.
“Com certeza [motivação política], ficou gritando Lula, dizendo que Lula vai ganhar. Me chamou de burra, vagabunda, prostituta”, argumentou.
FolhaPress