A senadora Mara Gabrilli (PSDB-SP), ex-candidata a vice-presidente da República na chapa de Simone Tebet (MDB-MS), disse em entrevista à revista Veja que votará em branco no segundo turno das eleições presidenciais, em 30 de novembro.
Mesmo após a adesão de Simone Tebet à campanha do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Gabrilli disse que apoiar Lula seria uma contradição. “Não posso apoiar Lula. Ele dilacerou o Brasil”, alegou a senadora na entrevista. Convidada para um encontro no diretório do MDB em São Paulo com a presença de políticos de partidos que apoiam Lula, Gabrilli recusou o convite para apoiar a campanha petista.
A senadora afirmou ainda que votar em Lula seria “trair a memória do pai”, Luiz Alberto Ângelo Gabrilli Filho, que, segundo ela, foi extorquido nos tempos do prefeito assassinado de Santo André Celso Daniel (PT). Celso Daniel coordenou a campanha de Lula à Presidência em 2002.
Em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo, em 2002, Luiz Alberto Gabrilli relatou uma reunião, em 1997, durante a qual teria sido fixada uma tabela da propina cobrada ao segmento de transporte urbano em Santo André. No encontro, estariam presentes o então secretário da pasta, Klinger Luiz de Oliveira Souza, e os empresários Sérgio Gomes da Silva, Ronan Maria Pinto e Baltazar de Souza. “O que me diziam é que seria para a campanha. Nós só conhecemos a participação do Klinger, do Ronan e do Sérgio. Agora, se o PT está mesmo nisso, não posso dizer. Sei é que paguei para poder trabalhar. E paguei caro”, disse o pai de Gabrilli à época.
Em outra entrevista ao programa Pingos nos Is, da Jovem Pan, a senadora Mara Gabrilli afirmou que conversou com o publicitário envolvido no escândalo do Mensalão, Marcos Valério, preso em Minas Gerais. Segundo a senadora, no encontro, ele não quis conversar sobre o caso Celso Daniel. “Ele tinha muito medo de falar sobre esse tema porque tinha medo de morrer”, afirmou a senadora. “A gente está lidando com gente que mata mesmo. Temo pela minha família e pela vida do Marcos Valério”, complementou.
A reportagem tentou contato com a senadora, mas as ligações não foram atendidas. O espaço segue aberto para manifestações.
R7