Quase uma semana antes do pleito que deve definir os chefes das 27 unidades federativas do país, o União Brasil e o MDB seguem sendo os partidos com mais candidatos à frente das corridas estaduais.
O União, criado em 2021 após fusão entre as siglas PSL e DEM, lidera a disputa em seis estados: Amazonas, Bahia, Goiás, Mato Grosso, Piauí e Rondônia. Já o MDB, em segundo lugar no cenário nacional, tem quatro candidatos à frente nas pesquisas eleitorais: Alagoas, Distrito Federal, Mato Grosso do Sul e Pará.
Os dados foram consolidados pelo Metrópoles com base em consultas de intenção de voto divulgadas pelo Instituto Ipec na última semana. Os estudos utilizados nesta reportagem podem ser acessados aqui. O portal considerou os candidatos numericamente à frente nos levantamentos.
Em comparação com pesquisa similar feita pela reportagem no início do mês, o União Brasil perdeu a liderança de um estado para o PT. O caso ocorreu no Ceará, onde Elmano de Freitas (PT) ultrapassou Capitão Wagner (União) na disputa pelo comando do Palácio da Abolição. De acordo com o Ipec, o petista tem 30% das intenções de voto para o primeiro turno, contra 29% de Wagner. Na sondagem anterior, o instituto apontou que os percentuais eram 22% e 35%, respectivamente.
Ao assumir a liderança da corrida pelo governo cearense, o PT passou a liderar as disputas eleitorais em três estados: Ceará, Rio Grande do Norte e São Paulo. No levantamento anterior do Metrópoles, o partido de Luiz Inácio Lula da Silva liderava as pesquisas apenas no Rio Grande do Norte e em São Paulo.
Empatado com o Partido dos Trabalhadores entre as legendas com mais candidatos no topo das sondagens eleitorais, aparece o PSB, que hoje lidera a corrida nos estados do Espírito Santo, do Maranhão e da Paraíba. A sigla integra a coligação de Lula, do PT, que disputa o Palácio do Planalto com Jair Bolsonaro, do PL.
Alguns partidos, como Novo, PSD e PSDB, seguem na lanterna nos levantamentos eleitorais, liderando em apenas um estado cada. Não houve mudanças em relação à última sondagem feita pela reportagem.
Disputa eleitoral dos partidos no cenário estadual
Particularidades
Para o cientista político do Ibmec Jackson de Toni, o grande número de partidos existentes no país e as coligações, novidades do pleito deste ano, garantem “distribuição equilibrada”. “É bom para a democracia, porque garante diversidade no comando dos estados”, aponta.
O União Brasil, na dianteira das disputas eleitorais, é também a legenda que abocanha a maior fatia do Fundo Eleitoral: R$ 782,5 milhões do Fundo Especial de Financiamento de Campanha (FEFC), de acordo com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Segundo o especialista, os recursos também auxiliam no desempenho do partido.
Outro fator que influencia fortemente, segundo Jackson, é a reeleição dos atuais candidatos. Entre os seis postulantes do União Brasil à frente das disputas para governos estaduais, cinco já ocupam o cargo: Wilson Lima (Amazonas), ACM Neto (Bahia), Ronaldo Caiado (Goiás), Mauro Mendes (Mato Grosso) e Marcos Rocha (Rondônia).
“O candidato [à reeleição] naturalmente tem mais poder, mais força, porque, a despeito da legislação eleitoral, é muito difícil separar o candidato do detentor de mandato”, pontua.
Já no caso do MDB, um dos maiores e mais tradicionais partidos da política brasileira, o cientista político destaca a fragmentação com fortes lideranças locais autônomas. “Isso é bom, mas também é problemático, uma fraqueza de coordenação interna. Em alguns estados, os palanques dos próprios candidatos acabam prejudicados”, afirma.
Coligações de Lula e Bolsonaro
Como mostrado, o PT de Lula comanda, atualmente, a corrida eleitoral em três estados. O PL de Bolsonaro lidera a disputa em dois: no Rio de Janeiro, reduto eleitoral do presidente, e em Sergipe.
Apesar disso, se consideradas as coligações criadas pelos dois partidos, a situação é diferente. A coligação do atual mandatário da República, “Pelo Bem do Brasil”, que reúne PP, PL e Republicanos, aparece com seis candidatos à frente das corridas estaduais. Veja os estados:
- PP: Acre e Roraima
- PL: Rio de Janeiro e Sergipe
- Republicanos: Santa Catarina e Tocantins
Já a coligação de Lula, “Brasil da Esperança”, que tem PT, PCdoB, PV, Solidariedade, PSol, Rede, PSB, Agir, Avante e Pros em sua composição, é líder em oito estados, segundo as pesquisas eleitorais:
- Solidariedade: Amapá e Pernambuco
- PSB: Espírito Santo, Maranhão e Paraíba
- PT: Ceará, Rio Grande do Norte e São Paulo
Metrópoles