O homem que matou a ex-mulher e o filho, a tiros, em frente a uma escola infantil, no Parque São Rafael (SP), é estudante de medicina, tem registro de colecionador de armas, atirador desportivo e caçador (CAC).
O duplo homicídio cometido por Ezequiel Lemos Ramos, de 39 anos, ocorreu na segunda-feira (12/9). Ele atirou no carro onde estavam Michelli Nicolich, de 37 anos, e dois filhos do casal, de 2 e 5 anos. A mulher e o menino mais novo, que se chama Luiz Inácio Nicolich, foram atingidos e não resistiram. A criança de 5 anos não se feriu.
Uma câmera de segurança registrou o Fiat Uno branco já fora de controle e batendo em um poste. Nesse momento, Michelli, que dirigia o carro, já havia tomado o primeiro tiro. As imagens mostram que, em seguida, o atirador aparece correndo, dispara novamente e sai apressado.
Medicina no Paraguai
O assassino confesso é estudante de medicina e está no quarto ano do curso. Ele viveu por cinco anos em Ponta Porã, Mato Grosso do Sul; o município faz divisa com Pedro Juan Caballero, cidade paraguaia onde ele assistia às aulas. O registro de CAC de Ezequiel o autorizava a ter um fuzil, uma pistola e uma espingarda.
Agressivo, o homem já tinha histórico de violência contra a ex-mulher. Ele chegou a ser preso em Ponta Porã no último mês de maio, após acertá-la com um soco e apontar uma arma para a cabeça dela durante uma discussão.
Testemunha
Ezequiel estava em um Fiat Mobi cinza, estacionado do outro lado da rua. A mulher buscou os dois filhos na escola e entrou no veículo. Nesse momento, o homem começou a atirar, de acordo com o relato de uma testemunha. Michelli tentou fugir com o carro, mas acabou perdendo controle do veículo e batendo contra um poste.
Prisão
Ezequiel Lemos Ramos se rendeu e, desarmado, foi detido em flagrante. No 49º Distrito Policial (DP) de São Mateus, o homem foi indiciado por duplo homicídio doloso qualificado por feminicídio, emboscada e tentativa de homicídio.
A Polícia Civil ainda não encontrou a arma usada no crime, mas pediu a prisão preventiva de Ramos. Em nota, a corporação informou que realiza diligências para localizar a arma do crime e identificar se houve a participação de uma segunda pessoa no caso.
Em depoimento à polícia, Ezequiel alegou que procurou a ex-mulher porque ela deveria R$ 70 mil para ele. A família de Michelli, contudo, nega essa versão e diz que o homem a agrediu quando ela descobriu que ele estava em um site de relacionamento. A vítima teria, inclusive, uma medida protetiva contra Ezequiel.
Metrópoles