O porta-aviões São Paulo navega de volta ao Brasil depois de o governo da Turquia ter proibido sua entrada no país. Há suspeita da presença de materiais tóxicos no navio de guerra, que foi da Marinha do Brasil até ser leiloado para virar sucata em 2021. A informação foi confirmada em nota pelo Ministério do Meio Ambiente turco nesta 6ª feira (9.set.2022).
O ministério turco afirmou ter tomado a decisão por causa de novas regulações do governo brasileiro. “Surgiu a informação de que um novo Inventário de Materiais Perigosos determina que o ex-navio militar em questão seja preparado enquanto estiver em águas territoriais brasileiras, antes de chegar ao nosso país”, diz a nota.
O São Paulo, que atualmente pertence à empresa turca Sök Denizcilik, estava a caminho da Turquia para ser desmantelado.
Segundo a ONG Shipbreaking Platform, que tem como foco o desmonte seguro e sustentável de navios, a embarcação exporta resíduos tóxicos, com uma grande quantidade de amianto. A Sök Denizcilik nega o volume apontado pela ONG.
Em agosto de 2022, o governo turco suspendeu a autorização para receber o porta-aviões. O Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) vetou o trânsito do navio, cancelando sua autorização de exportação.
O porta-aviões foi contruído para a França, com o nome Foch. Começou a operar em 1963. Em 2000 foi vendido à Marinha do Brasil por US$ 12 milhões (US$ 20,6 milhões em 2022, R$ 106 milhões). A explosão de um duto de vapor em 2004 matou 3 tripulantes e feriu 7.
O São Paulo foi o maior navio de guerra da frota brasileira até 2014, quando parou de operar. Em 2017 a Marinha concluiu que reformar o navio custaria R$ 1 bilhão. Decidiu então vendê-lo como sucata. Foi arrematado em março de 2021, na 2ª tentativa de venda, por R$ 10,5 milhões.
Depois de barrado na Turquia, o navio segue de volta ao Rio de Janeiro.
Poder 360