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No meio da rua CAC mata ex- esposa e filho de 1 ano com fuzil; Veja vídeo

Foto: Reprodução

Um crime bárbaro em plena luz do dia. Ezequiel Lemos Ramos, de 39 anos, que tem licença de CAC (Colecionador, Atirador e Caçador) para andar armado, matou a ex-esposa Michelli Nicolich, de 37, e o filho de um ano dela a tiros de fuzil em plena luz do dia numa movimentada avenida do Parque São Rafael, na Zona Leste de São Paulo. A mulher tinha acabado de sair de uma escolinha infantil onde pegou a criança que morreu e um outro filho, de três anos, que ficou ferida, cujo pai é o assassino.


Imagens de câmeras de segurança mostram o homem parando um Fiat Mobi cinza na rua José de Araújo Vieira, próximo ao carro da antiga companheira, um Fiat Uno branco. Ele dá vários tiros no veículo, mas a vítima consegue arrancar. No entanto, baleada, ela bate em um poste, momento em que o criminoso vai até a janela com a arma longa, no meio da rua, e dá vários outros tiros nela e nas crianças que estavam junto. O filho do casal também foi baleado e encaminhado para Hospital Santa Marcelina.


O assassino sai andando, enquanto as pessoas, assustadas, se escondem, já que a via é muito movimentada. Ele teria tirado a camisa e dito a populares que “poderiam chamar a polícia para prendê-lo em flagrante”, enquanto segurava o fuzil e o documento que o autorizava a portá-lo.



Ao ser detido, em meio à confusão, a arma longa foi levada por uma pessoa que a polícia não sabe se  trata de um comparsa ou apenas alguém que viu a oportunidade de pegá-la e assim o fez. Ainda não há informações sobre o estado de saúde da criança que foi hospitalizada.


O assassino ficou em silêncio durante seu interrogatório na delegacia, mas segundo o agente da Polícia Militar (PM) que o deteve, Ezequiel alegou que tinha ido encontrar a ex-esposa para ‘acertar as contas’ com ela, que teria lhe aplicado um golpe que lhe deu um prejuízo financeiro de R$ 70 mil. Ainda segundo o policial, o homem alegou que ‘tinha perdido a cabeça’ e falou: ‘que besteira que eu fiz, me mata’.


Família da vítima diz que ele mente


A família de Michelli nega a versão dada por Ezequiel de que o motivo do crime foi financeiro. O irmão da vítima contou à reportagem que o ex-marido chegou a agredir e perseguir a irmã, que teria até medida protetiva na Justiça contra ele.


Foto: Reprodução

Segundo Jackes Nicolich, Michelli e os filhos chegaram até a se mudar temporariamente para Ponta Porã, no Mato Grosso do Sul, e morado lá por cinco anos. E que ela retornou a São Paulo com as duas crianças havia quatro meses, desde que conseguiu se separar do homem.


“Ela descobriu que ele estava se envolvendo com esses sites de relacionamentos. Aí ela descobriu, foi desconfiando e descobriu, jogou na cara dele. Aí quando ele viu que não tinha escapatória, começou a agredir ela e colocou a arma na cabeça dela. Ela conseguiu fugir e vir aqui perto da nossa casa, onde meu pai mora aqui, na Zona Leste. Só que ela ficou escondida, não passou endereço para ninguém. E hoje ele veio e ceifou a vida e acabou pegando até no filho dele”, disse Jackes Nicolich, irmão de Michelli.


Para o 49º DP, Ezequiel, que tem registro de CAC e licença para usar armas para atividades esportivas, tem de continuar preso porque é uma pessoa perigosa, que pode ameaçar os parentes da ex-esposa.


“Diante dos fatos acima expostos, verifica-se que o Indiciado Ezequiel Lemos Ramos, em razão de sua ex-companheira ter subtraído valores acabou perdendo a cabeça e efetuou diversos disparos no veículo da mesma, agindo através de emboscada para surpreendê-la em via pública e utilizando-se de arma de fogo que possui em razão de ser atirador, vindo a praticar dois homicídios qualificados, demonstrando assim sua periculosidade e que se permanecer em liberdade colocará em risco a ordem pública, familiares da vítima que passarão a ficar em risco caso o mesmo seja colocado em liberdade, motivo pelo qual venho mui respeitosamente a vossa excelência representar pela decretação da prisão preventiva do indiciado Ezequiel Lemos Ramos”, informa trecho do boletim de ocorrência.


Instituto Sou da Paz


“Este é mais um caso de chacina familiar fita com armas legalizada e por pessoa sem antecedentes, que uma vez com a arma na mão acaba usando a arma em seus conflitos diários, transformando estes em tragédias”, disse Bruno Langeani, diretor do Instituto Sou Da Paz, que tem pesquisas e levantamentos sobre o uso de armas de fogo no Brasil.


“O número de série [da carabina que foi informado na delegacia] sugere que esta arma foi fabricada há pouco mais de um ano, julho de 2021, o que sugere uma compra recente já dentro das novas flexibilizações feitas pelo Governo Federal. Além disso o calibre 9mm era um calibre restrito, que passou a ser permitido a partir de 2019”, falou o diretor do Sou da Paz.


Em nota, a Secretaria da Segurança Pública (SSP) informou que a Polícia Civil tenta localizar a carabina e deter um possível comparsa de Ezequiel, que teria fugido com a arma do crime. A polícia conseguiu apreender um carregador de carabina e 31 munições calibres 9 mm que são de Ezequiel e estavam no carro dele.


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