O inquérito que investiga a morte da jovem Maria Joyciane Ferreira da Silva, de 20 anos, imprensada por um ônibus contra uma grade no Terminal do Siqueira, em Fortaleza, segue sem conclusão três meses após o acidente, em 21 de maio.
Em julho, a Polícia Civil pediu a prorrogação do prazo para apurar as circunstâncias que levaram a morte de Joyciane. A investigação está a cargo do 5º Distrito Policial.
Sobre o caso, a Polícia Civil informou que solicitou a prorrogação do prazo para conclusão do inquérito policial. A investigação está a cargo do 5º Distrito Policial (DP). A polícia aguarda um laudo da Perícia Forense do Estado do Ceará (Pefoce), que está em fase final de elaboração, para anexar ao processo e encaminhá-lo ao Poder Judiciário.
Já a Pefoce esclareceu que trata-se de um caso de certa complexidade e que em ocorrências desta natureza a perícia técnica realiza análises do local, avaliação de imagens de videomonitoramento, cálculos e componentes do veículo envolvido, bem como demais análises imprescindíveis para a elucidação dos fatos.
A Pefoce esclareceu ainda que aguarda imagens das câmeras do terminal, captadas no momento do acidente, além da gravação das imagens internas do veículo, que ainda não foram enviadas para análise da perícia.
A Empresa de Transporte Urbano de Fortaleza (Etufor) afirmou que o local do acidente é uma área somente para desembarque que fica na parte interna do mesmo, que é sinalizada com cones e conta com fiscais de orientação para desembarcar passageiros somente nos horários de pico. O objetivo é melhorar o trânsito dentro e fora do terminal, devido ao grande fluxo de ônibus.
Após a morte de Joyciane, houve reforço nas ações de segurança para prevenir acidentes com os usuários que passam pelos terminais de ônibus da capital.
De acordo com André Luis Barcelos, gerente de Educação Para o Trânsito, da Autarquia Municipal de Trânsito e Cidadania (AMC), entre as ações adotadas está a atuação de equipes para conscientizar os passageiros.
“Tivemos um reforço nas ações educativas nesses terminais, com a atuação direta das equipes de educação, justamente falando com as pessoas. O terminal é o local que tem uma série de estruturas de segurança, como a velocidade controlada, sinalização de segurança, gradis para conter o fluxo, mas a gente precisa está sempre lembrando as pessoas de que, nos momentos de maior fluxo, o descuido pode provocar o sinistro“, disse André Luis.
Conforme o gerente da AMC, os fiscais também foram treinados para atuar no combate a acidentes.
“A gente também teve o treinamento dos fiscais que trabalham no terminal, o reforço na fiscalização no entorno do terminal e essa atenção de está sempre voltando a essas áreas, porque é um local crítico com um fluxo muito grande de pessoas e veículos de grande porte“, afirmou o gerente da AMC.
Apesar dos trabalhos, nesta quinta-feira (1º) ainda houve flagrante de irregularidades no Terminal do Siqueira, com ônibus em filas duplas, passageiros desembarcando fora das plataformas e caminhando entre os veículos.
Para evitar situações como estas, André Luis ressalta que também deve ocorrer a colaboração da população.
“A intenção é tentar conter o risco, mas é importante ressaltar que essa responsabilidade é também do usuário que está transitando. Ele tem que ter esse cuidado. O comportamento seguro é algo que é de todos nós“, falou André Luis.
Acidente
Maria Joyciane Ferreira da Silva, 20 anos, queria retomar a faculdade de enfermagem e estava no primeiro emprego antes de morrer, segundo a tia Maura Lúcia. A jovem voltava do trabalho para casa, em Maranguape, quando ocorreu o acidente.
Segundo Marcilia, a sobrinha tinha o costume de passar pelo terminal do Siqueira e iria para a casa do pai, em Maranguape.
“As horas foram passando e ela não chegava na casa do pai dela. Nós ficamos ligando, ninguém atendia, já estávamos em desespero quando uma pessoa da perícia atendeu e disse o que tinha acontecido. A mãe dela está que só Deus, queremos justiça“, disse a tia da vítima.
Natural de Canindé, Joyciane era a caçula da mãe e filha única do pai. Ela tinha começado o curso de enfermagem, mas teve de parar e planejava retomar os estudos.
A Empresa de Transporte Urbano de Fortaleza (Etufor) informou que o acidente foi causado pelo ônibus que fazia a linha 052 – Grande Circular II. A empresa lamentou o acidente ocorrido e disse que está colaborando para a apuração dos fatos. As imagens do circuito interno de videomonitoramento serão disponibilizadas para a perícia.
Fonte: G1