Nesta quinta-feira, 15, moradores denunciaram ao Ecos da Notícia o que, na prática, é um crime ambiental. Todo o esgoto do Conjunto Universitário 1, 2 e 3 está sendo drenado diretamente para dentro do igarapé Dias Martins.
O problema não é recente. Mas se acentuou com a desativação da Estação Elevada de Tratamento de Esgoto (ETE). E o fim da lagoa de decantação, mais conhecida como Pinicão, há alguns anos.
A empresa responsável pelo tratamento de água e esgoto da capital, o Saerb, teria cavado um desvio que lança todos os dejetos dentro do manancial. Deixando uma fedentina insuportável para os moradores da região. Além de um crime ambiental irreversível para a natureza.
Vale lembrar que o igarapé Dias Martins é afluente de outro importante manancial, o São Francisco, que também sofre com a poluição e que deságua no rio Acre.
A reportagem Ecos da Notícia procurou o professor Claudemir Mesquita, especialista em recursos hídricos e um defensor dos rios e igarapés da região. Segundo o pesquisador, esse crime só ocorre porque os órgãos ambientais e de controle não cumprem o seu papel.
“MPE e as secretarias municipal e estadual de meio ambiente não fiscalizam esse descaso. Não punem e por isso estão matando nossos igarapés. Não existe mais vida neles, só esgoto. E a consequência dessa irresponsabilidade do poder público é a morte anunciada do rio Acre”, completou.
No último domingo, 11, o rio Acre atingiu o menor nível de sua história: 1m29cm. A seca histórica, segundo os pesquisadores, é causada principalmente pela poluição dos igarapés.
O Ecos da Notícia tentou contato com o Saerb e o Ministério Público Estadual para comentarem a denúncia. No entanto, até o fechamento da reportagem não obtivemos resposta.