O candidato à Presidência da República Luiz Inácio Lula da Silva (PT) defendeu, em entrevista ao Canal Rural nesta quarta-feira (21/9), a posse de armas por donos de fazendas, desde que seja limitada.
“O meu pai, Aristides, que morreu em 1978, que era caçador no Guarujá, ele tinha arma em casa. Ninguém vai proibir que o dono de uma fazenda tenha uma arma, duas armas. Agora, se ele tiver 20, já não é mais arma para defesa. Se tiver 30, pior ainda. Você percebe? É apenas bom senso”, declarou Lula.
O petista afirmou que o discurso de Jair Bolsonaro (PL) em relação ao armamento da população se assemelha ao seu ex-aliado Hugo Chávez, presidente venezuelano morto em 2013.
“Essa liberação alucinada de armas para favorecer quem? O que o Bolsonaro e o filho dele dizem? É o mesmo discurso que Chávez fazia. O povo não precisa de arma, precisa de trabalho, de salário, de educação. A gente vai discutir porque é preciso ter um controle. Você não pode deixar a sociedade armada do jeito que está.”
“Isso não significa que um cidadão que tem uma fazenda não possa ter uma arma na casa dele. Isso não significa que ele não possa ter, porque eu sei que há roubo de gado à noite”.
O ex-presidente criticou a forma como as regras de posse de armas foram conduzidas no governo Bolsonaro. “Esse negócio da liberação de armas tal como foi feito, que eu sei que muita gente gosta, quem é que está dando armas para o crime organizado?”, questionou.
Decisão do STF
Nessa terça-feira (20/9), o Supremo Tribunal Federal (STF) formou maioria para suspender trechos das regras que flexibilizaram a compra e o porte de armas de fogo no país.
O magistrado Edson Fachin determinou que a posse de armas só pode ser autorizada a pessoas que demonstrem efetiva necessidade. Ele também limitou o quantitativo de munições para que, de forma diligente e proporcional, “garanta apenas o necessário à segurança dos cidadãos”.
Além disso, a aquisição de armas de fogo de uso restrito só poderá agora ser autorizada no interesse da própria segurança pública ou da defesa nacional, não em razão do interesse pessoal.
Metrópoles