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José Aldo entra em acordo com UFC e se aposenta do MMA

Com isso, José Aldo Júnior se despede da modalidade que o consagrou aos 36 anos de idade, com um cartel de 31 vitórias e apenas oito derrotas. O “Campeão do Povo”, porém, não deve se afastar totalmente do esporte. São possibilidades para ele se aventurar no boxe, assim como Anderson Silva e Vitor Belfort, ou no muay thai e jiu-jítsu.


De Manaus para o mundo

A história de José Aldo, que virou até filme, emociona e inspira jovens há anos. O menino humilde de Manaus, que ganhou uma cicatriz característica no rosto ao cair sobre a grelha de uma churrasqueira durante a infância, foi sozinho para o Rio de Janeiro tentar a sorte no jiu-jítsu e topou morar na academia e passar fome para buscar seu objetivo. Logo, ele demonstraria talento também na trocação e faria a transição para o MMA.


Quatro anos depois de estrear na modalidade, estava no WEC, evento pertencente ao mesmo grupo proprietário do UFC e que, na época, era a principal organização para categorias mais leves, como o peso-pena (65,8kg), na qual Aldo lutava. O brasileiro assombrou o mundo com cinco performances dominantes dentro do cage azul, que o levaram à disputa do cinturão. Ele se sagrou campeão aos 23 anos de idade, ao derrotar Mike Brown por nocaute técnico. Em seguida, defendeu o título e detonou as pernas de Urijah Faber, maior astro da categoria na época, numa de suas lutas mais memoráveis.


Ao final de 2010, o Ultimate fechou as portas do WEC e absorveu suas categorias. Aldo entrou no maior evento do mundo já como campeão dos penas, e manteve seu reinado até dezembro de 2015. Ao todo, somando desde sua primeira derrota, sofrida ainda no Brasil, o manauara ficou 10 anos e 16 dias sem perder uma luta, enfileirando 17 adversários e defendendo o cinturão com sucesso, somados UFC e WEC, nove vezes.


Marcos Loro (esq.), lutador e amigo que incentivou José Aldo (dir.) a se juntar a ele no Rio de Janeiro — Foto: Arquivo Pessoal

Marcos Loro (esq.), lutador e amigo que incentivou José Aldo (dir.) a se juntar a ele no Rio de Janeiro — Foto: Arquivo

Reinvenção no peso-galo

O reinado nos penas se encerrou em dezembro de 2015, com a fatídica derrota para Conor McGregor no UFC 194. Contudo, Aldo se reergueu e, apesar de não ter recebido uma merecida revanche imediata, recuperou o cinturão logo depois: primeiro interinamente, ao vencer Frankie Edgar, e depois oficialmente com a decisão de McGregor de subir permanentemente para o peso-leve (70,3kg). O novo reinado, porém, durou pouco: o brasileiro perdeu o cinturão para Max Holloway em 2017, em sua primeira defesa do título.


José Aldo é carregado pelo reinador, Dedé Pederneiras, após sua vitória mais recente, em dezembro de 2021 — Foto: Jeff Bottari/Zuffa LLC

José Aldo é carregado pelo reinador, Dedé Pederneiras, após sua vitória mais recente, em dezembro de 2021 — Foto: Jeff Bottari/Zuffa LLC

José Aldo já debatia abertamente a possibilidade de se aposentar desde aquela época. De fato, chegou a anunciar que pararia em 2016, frustrado pelo UFC não ter lhe dado a revanche com McGregor, mas desistiu. Ele também falava em tentar a sorte no boxe, que passou a treinar com mais dedicação. Porém, após vencer algumas lutas e discutir com sua equipe uma tentativa de conquistar o título na categoria de baixo, o peso-galo (61,2kg), Aldo reacendeu sua paixão pelo MMA. Mesmo após ser derrotado por Petr Yan na disputa do cinturão vago em 2020, o brasileiro seguiu lutando e venceu três lutas consecutivas, se recolocando na fila de desafiantes.


Nos últimos meses, Aldo já vinha indicando que, com apenas duas lutas restando no contrato com o UFC, a intenção era disputar o cinturão e se aposentar como campeão. A frustrante derrota para Merab Dvalishvili em agosto, todavia, colocou um empecilho nos seus planos. À espera do seu segundo filho – ele e a esposa Viviane já são pais de Joana, de dez anos – o “Campeão do Povo” decidiu encerrar seu vínculo com o UFC mais cedo.


G1

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