Um cabeleireiro e influenciador digital foi preso em flagrante suspeito de agressão em um motel no bairro Olhos D’água, em Belo Horizonte. Além do ato de violência, ele teria levado dois filhos adolescentes, de 15 e 16 anos, até o local, para terem relações sexuais com garotas de programa.
Adriano Gonçalves Castro, 34, foi detido na madrugada de ontem, após ser denunciado por uma das mulheres, de 21 anos, que afirmou ter sido agredida por ele durante o encontro e forçada a fazer sexo sem preservativo com o cliente. Ao chegar ao local, os policiais descobriram sobre a presença dos menores, que teriam entrado escondidos no carro do pai.
O cabeleireiro tinha status de influenciador nas redes socais, com mais de 400 mil seguidores no Instagram, onde compartilhava seu trabalho especializado em luzes e coloração. A conta de “Adriano Hairstylist” já não está mais no ar na manhã de hoje.
A vítima que denunciou Adriano afirmou que ela e as duas colegas foram abordadas pelo homem em uma boate da capital mineira. Lá, elas teriam acertado detalhes sobre o programa, com um pagamento de R$ 1 mil para cada uma. Segundo ela, já durante a relação o suspeito começou a ser mais agressivo, puxando seus cabelos e dando um tapa em seu rosto.
Ela ainda afirmou que ele tentou ter relação sexual sem preservativo, mas após negativas da parceira, que afirmou não se relacionar com clientes sem o uso de camisinha, Adriano aceitou colocá-la.
A violência teria continuado quando, apesar dos pedidos da mulher, o cabeleireiro retirou a proteção ainda durante o ato. Ao perceber que ele não estava mais com o preservativo, a mulher decidiu cobrar o dobro do valor acertado para o programa, momento em que o suspeito se irritou, de acordo com o depoimento, levando-a a chamar a polícia.
A vítima disse ter registrado imagens da discussão após o programa e sua versão foi confirmada pelas outras mulheres contratadas pelo suspeito, de 19 e 29 anos.
Ao chegar ao local e notar a presença dos filhos de Adriano no motel, policiais militares questionaram funcionários sobre a entrada dos adolescentes junto aos adultos, mas eles alegaram que não viram os jovens dentro do veículo e que acreditavam que os dois estavam escondidos.
Outro lado
Em depoimento, Adriano afirmou que ele e os filhos foram ao Mineirão na noite de quarta-feira (21) e que após assistirem a Cruzeiro e Vasco, pela Série B do Campeonato Brasileiro, foram até uma casa noturna da região.
O homem declarou que toda sua relação com a garota de programa foi consensual e que se irritou apenas depois de ela cobrar o dobro do valor acertado inicialmente que, na versão dele, foi de R$ 500.
As informações foram repassadas a Splash pela Polícia Militar de Minas Gerais, que não deu mais detalhes sobre a resposta do suspeito à presença dos filhos adolescentes em um motel e o envolvimento dos dois com as mulheres.
Além da situação flagrada essa semana, os garotos já estariam sem frequentar escola há dois anos, o que também pode levar o pai a ser indiciado pelo crime de abandono intelectual. A mulher que se relacionou com Adriano foi encaminhada para o Hospital Odilon Behrens, para receber cuidados protocolares após relações sem preservativo.
O caso é investigado pela Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente e o suspeito foi encaminhado ao sistema prisional. Splash tenta localizar os advogados de Adriano, que teve suas páginas em redes sociais retiradas do ar após a prisão sem a publicação de alguma nota de defesa. O espaço permanece aberto para manifestação.
Em nota de posicionamento, o salão Mood Beauty, do qual o cabeleireiro era sócio, afirmou que “todos foram igualmente surpreendidos com a notícia” e disse que o influencer “permanecerá afastado da empresa integralmente” enquanto o caso não é elucidado.
Em nota à reportagem, a Polícia Civil de Minas Gerais afirmou que ratificou a prisão em flagrante do cabeleireiro, feita pela PM, “pela prática dos crimes de abandono intelectual, fornecer bebida alcoólica e drogas ilícitas a menor de 18 anos e conjunção carnal mediante fraude (stealthing) – que consiste na retirada do preservativo durante a relação sexual, sem o consentimento da outra pessoa”.
“Os adolescentes foram ouvidos e entregues a um familiar. O caso segue em investigação e sob sigilo na Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente. Informações poderão ser repassadas à imprensa ao final da investigação”, concluiu o comunicado.
UOL