Heptacampeão tem contrato com a Mercedes até o fim do ano que vem, mas revelou que desfecho traumático em 2021 e dificuldades na atual temporada o instigaram a permanecer mais tempo nas pistas
Dezembro de 2023 marca o fim de uma série de contratos na F1, incluindo o de Lewis Hamilton. Aos 37 anos, ele é o segundo piloto mais experiente do grid e segue em boa forma, lutando pelo título na temporada passada com o jovem campeão Max Verstappen e liderando uma Mercedes em dificuldades neste ano. Mas se sua idade e a retirada do contemporâneo Sebastian Vettel levantam rumores de uma aposentadoria, o britânico revelou que cogita continuar competindo.
– Definitivamente, porque isso (recuperação da Mercedes) vai levar mais de um ano. Se tivéssemos vencido no ano passado e vencêssemos este ano, certamente a vida estaria em um lugar diferente – revela.
O descumprimento do regulamento esportivo em torno da permanência e saída do safety car, bem como a decisão da RBR de trocar os pneus de Verstappen – o que a Mercedes não fez por considerar que a prova terminaria sob bandeira amarela – culminaram na ultrapassagem e consequente vitória do holandês, que faturou o título. O episódio levou, ainda, à dispensa do diretor de provas Michael Masi.
Neste ano, as expectativas de uma “volta por cima” de Hamilton e da Mercedes foram frustradas ainda na pré-temporada, quando o W13, carro da equipe alemã, não respondeu em desempenho. O time ainda não venceu neste ano, embora tenha sido representada no pódio 11 vezes pelo heptacampeão, e George Russell, que veio para substituir Valtteri Bottas no time.
– Gosto de ter passado por uma fase ainda mais difícil, porque aí precisamos encarar o trabalho pesado e chegar ao ponto em que estamos mais leves. Então, sim, eu diria que isso me encorajou a ficar mais tempo aqui – continuou Lewis.
Apesar da clareza inédita sobre estender seu atual vínculo com a Mercedes, não é de hoje que Hamilton dá pistas acerca do desejo de permanecer correndo. No último mês, o piloto respondeu uma brincadeira do chefe Toto Wolff – sobre chegar à 400 GPs na F1 -, e garantiu que ainda tem muito combustível para queimar na categoria.
Ao falar sobre o tema novamente, após a rodada tripla que retomou o campeonato depois das férias de verão em agosto, Hamilton confirmou que se sente bem para continuar competindo:
– Além disso, me sinto em forma e estou encontrando maneiras de me sentir ainda melhor fisicamente. O desafio mental é constante e sempre será assim porque é assim para nós atletas, estamos sempre no limite. Mas agora sou muito grato pela oportunidade que tenho, gosto de pensar que ainda mereço um lugar aqui e há muito trabalho a fazer.
Dono de 103 vitórias na categoria, Hamilton já tem 304 GPs no currículo ao longo de 16 temporadas. Com mais quilometragem que ele, só Fernando Alonso, que assinou com a Aston Martin até 2024, hoje com 41 anos e 350 GPs.