Em vídeo divulgado nas redes sociais, a empresária baiana identificada como Roseli Vitória Martelli D’Agostini Lins (foto em destaque) sugere que os gestores do setor do agronegócio demitam funcionários que declararem voto no ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Apresentada como “aposentada, conservadora e entusiasta pelos rumos que o Brasil está trilhando”, Roseli orienta os colegas ruralistas a demitirem “sem dó, porque não é uma questão de política, é uma questão de sobrevivência”.
Confira:
“Nós, agricultores, temos que tomar posição. E não venham me dizer ‘ah, não, tem que respeitar o direito’. Não é direito, é questão de sobrevivência”, defende.
A empresária critica ainda os colegas do setor que apoiam o candidato petista e também os que vão votar em ACM Neto (União Brasil) para governador da Bahia.
“Tem gente defendendo o agro e votando no Lula, votando no ACM Neto. O que que nós queremos do nosso país? Que continue do jeito que está? Eu estou indignada, eu estou indignada”, completou.
Setores retrógrados
O vídeo foi gravado por Roseli após a sabatina de Lula no Jornal Nacional, em 25 de agosto. Em entrevista, o ex-presidente declarou que há setores retrógrados do agronegócio que são contrários à preservação do meio ambiente, mas que também há grandes empresários e exportadores brasileiros preocupados com o desmatamento no país.
Após a divulgação das imagens, o Ministério Público do Trabalho (MPT) na Bahia instalou um inquérito para apurar a suspeita de assédio eleitoral. O caso está sendo investigado pela unidade do órgão localizada no município de Barreiras.
Segundo o MPT, a fala da empresária ultrapassa o limite da liberdade de expressão e tem por objetivo reprimir o exercício da liberdade de voto de empregados do setor do agronegócio.
O órgão ainda afirma que vai notificar a autora das declarações para prestar esclarecimentos. “Após a apuração dos fatos, poderão ser adotadas medidas extrajudiciais e judiciais. Além da procuradora titular do procedimento, o MPT designou a coordenação estadual de Promoção da Igualdade de Oportunidades e Eliminação da Discriminação no Trabalho e a chefia da regional baiana para dar suporte à atuação neste caso”, escreve o MPT.
Metrópoles