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Drogas psicodélicas podem ser opção de tratamento para pessoas com depressão

Nos últimos anos, a depressão deixou de ser uma tristeza forte e passou a ser reconhecida pela população mundial como uma doença crônica, que não tem cura e precisa de tratamento e acompanhamento. Apesar de a Organização Mundial de Saúde (OMS) estimar que mais de 300 milhões de indivíduos no mundo inteiro sofrem com a condição, ainda há muito o que aprender sobre a doença.


A principal definição de depressão é uma alteração de humor caracterizada por tristeza profunda, baixa autoestima e pessimismo que afeta a vida diária do paciente. A condição é causada por uma combinação de fatores genéticos, biológicos e psicológicos, e estima-se que 60% dos casos tenham relação com o ambiente no qual o indivíduo está inserido. Em julho, foi publicada uma pesquisa confirmando que a doença não é causada apenas por uma baixa na serotonina.


O tratamento primário da depressão, que resolve o problema de um terço dos pacientes, envolve o uso de antidepressivos e terapia. Caso não funcione, os médicos têm mais algumas classes de medicamentos para testar, e podem também usar métodos como a eletroconvulsoterapia — ao final dessa etapa, dois terços dos pacientes percebem melhora. O desafio está no último terço dos pacientes, que possuem casos de depressão profunda e são resistentes a todos os tratamentos existentes.


“No início dos anos 2000, foram descritos os efeitos antidepressivos da ketamina e, a partir daí, começaram a surgir novas perspectivas de tratamento. Observamos uma limitação nos antidepressivos monoaminérgicos, que lidam com a serotonina e a dopamina. Existem outras vias metabólicas no sistema nervoso que estão relacionadas com a depressão”, explica o psiquiatra Leonardo Sodré, professor do departamento de medicina da Universidade de Brasília (UnB).


A ketamina é considerada um psicodélico, uma vez que tem efeitos dissociativos. A substância atua no reparo e na reconstrução de caminhos cerebrais e vem mostrando bons efeitos contra a depressão quando injetada nos pacientes. A escetamina, uma “purificação” da ketamina, age de maneira semelhante, mas é http://ecosdanoticia.net/wp-content/uploads/2023/02/carros-e1528290640439-1.jpgistrada em forma de spray nasal. A ideia é que as substâncias sejam usada no hospital, com acompanhamento médico, uma vez que é preciso monitorar o paciente depois da aplicação.


“Esses tratamentos têm um efeito muito interessante. É importante frisar que eles não suspendem os tratamentos anteriores. Quando usamos esses métodos, fazemos de maneira complementar ao convencional. O paciente continua usando o antidepressivo clássico”, alerta Sodré.


Outro psicodélico promissor é a psilocibina, uma substância proveniente de cogumelos alucinógenos que está passando por estudos clínicos e, até agora, apresenta bons resultados contra a depressão.


Metrópoles


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