O boi orgânico e o boi sustentável já são realidade no Pantanal brasileiro. Os sistemas de produção ganharam espaço no Brasil e têm a capacidade de ajudar a manter o bioma. A mistura de práticas centenárias da região com a inovação conseguem proteger não só o ecossistema, como também garantir a qualidade da carne.
“A crescente produção de carne orgânica e sustentável pode ser uma opção capaz de contribuir para que se mantenham as boas condições de conservação ambiental do bioma”, afirmou o pesquisador da Embrapa, Urbano Abreu, líder das atividades sobre a temática, ao portal da Embrapa. Em 2021, apenas no Mato Grosso do Sul, o programa de carne orgânica do pantanal registrou 40 mil abates, triplo do número de 2020 e 12 vezes maior do que em 2019.
Crescimento do boi orgânico
De acordo com a Embrapa, em três anos, de 2013 a 2016, foi registrado aumento acima de 200% no número de animais e na quantidade de carne proveniente da cadeia de criação orgânica e sustentável no Pantanal. O número de produtores e abates cresceu mais de 100% no mesmo período. Crescimento exponencial dos abates mensais com certificação de carne sustentável também foi observado no período de junho de 2020 a maio de 2021, indicou a Embrapa.
Fazenda pantaneira e sustentável
Parte dessa produção se baseia em bois que são criados soltos no campo nativo. A pecuária sustenta a economia da região do Pantanal há quase 300 anos, e a criação do “boi orgânico” se baseia bastante nas práticas usadas pelas fazendas pantaneiras. Tanto que indica a criação de bois soltos, em campos nativos, que respeitam as cheias do rio. Os bois são levados para a parte alta da planície durante a cheia, o que acaba mantendo o bioma das duas regiões. Quando voltam para a área encharcada, as gramíneas voltam ainda mais fortes.
Além disso, para ser considerado boi orgânico, o animal precisa comer gramínea sem adubação química, e as rações precisam ser orgânicas. Já o sal mineral precisa ser sem ureia. A prevenção e o tratamento das doenças é feito com homeopatia e fitoterapia. Permitido apenas as vacinas obrigatórias. Esse tipo de manejo não só deixa os bois mais saudáveis, como também é importante para manter o equilíbrio do pantanal.
“Boi Sustentável”
A chamada pastagem egológica, que permite a manutenção das árvores e da mata típica. O solo fica mais nutritivo e preserva a biodiversidade do pantanal. Segundo produtores escutados pelo Globo Rural, esse tipo de manejo não só torna os animais mais saudáveis, como também “mais gentis”. Outro ponto do boi sustentável é a rastreabilidade dos animais. Os bois têm origem rastreada.
Fonte/ Portal pratodamanha.com