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Caso Késia: ”Justiceira” é condenada pela justiça a mais de 30 anos de prisão, acusada de ordenar e assistir por videochamada a execução de jovem no Acre

Rita Rocha do Nascimento, uma das envolvidas na morte de Kesia Nascimento da Silva em 2020, em Rio Branco, foi condenada a mais de 30 anos de prisão em regime inicial fechado pelo crime. O julgamento ocorreu nesta quinta-feira (8) e foi acompanhado pela acusada por videoconferência.


Ela está presa em São Paulo. Rita foi condenada pela 1ª Vara do Tribunal do Júri por homicídio qualificado, ocultação de cadáver, corrupção de menores e participação em organização criminosa.


Ela não pode recorrer da sentença em liberdade.


“Ademais, ressalte-se que o crime ocorreu no contexto das facções criminosas, o que, por si só, gera intranquilidade e medo na sociedade. Essas causas demonstra ser a acusada pessoa altamente nociva à sociedade. Inclusive, há notícias de que a mesma está presa na Comarca de São Paulo por outros crimes. Por fim, registre-se que seria um contrassenso conferir a ré que foi mantida custodiada durante todo o processo e agora condenada pelo Júri popular, o direito de aguardar em liberdade o trânsito em julgado da condenação”, diz parte da sentença.


Conforme as investigações da Polícia Civil, a ordem para matar Kesia da Silva, em janeiro de 2020, no Acre, partiu de Rita e uma outra mulher. Elas estavam em São Paulo e teriam assistido a execução de Kesia por videoconferência, após a jovem passar pelo ‘tribunal do crime’. As mulheres foram presas no dia 15 de outubro de 2021, durante a terceira fase da Operação Sinapse.


Desaparecimento e morte


Kesia sumiu no dia 28 de janeiro de 2020 em Rio Branco e, apesar de o corpo dela nunca ter sido encontrado, a polícia concluiu que a jovem foi morta. Em novembro do mesmo ano, a Justiça do Acre aceitou denúncia contra nove pessoas acusadas de participação na morte da jovem.


Em dezembro do ano passado, quatro pessoas foram condenadas a penas que, somadas, ultrapassaram 110 anos de prisão. O júri também ocorreu na 1ª Vara do Tribunal do Júri. O grupo respondeu pelos crimes de homicídio duplamente qualificado, corrupção de menores, ocultação de cadáver e por integrar organização criminosa.


Entre os réus estavam: Thalysson Jesus da Silva, João Vitor da Cunha Pereira, Moisés Inácio da Silva, Ana Lúcia Barros de Oliveira, todos presos no Acre. Thalysson, Moisés Inácio e João Vitor foram condenados a 30 anos e 4 meses cada um. Já Ana Lúcia levou uma pena de 27 anos e 9 meses. Na decisão, a juíza Luana Campos negou o direito de os réus recorrerem a liberdade.


Em maio deste ano, os réus Camila Cristine de Souza Freitas e José Natanael Aquino Duarte foram condenados a penas que, somadas, chegaram a 60 anos por envolvimento na morte de Kesia. Eles foram condenados por homicídio, ocultação de cadáver, corrupção de menores e omissão. Camila foi condenada a 32 anos, 9 meses e 10 dias e José Natanael a 27 anos, 9 meses e 10 dias, em regime inicial fechado e sem direito de recorrer em liberdade.


Além desses seis que já foram condenados, Amanda de Lima Moura, que está foragida, Rita Rocha Nascimento e Veralucia Marques, que estão presas em São Paulo, também são acusadas do crime mas tiveram os processos desmembrados.


Crime assistido por videoconferência


Kesia sumiu após deixar o filho pequeno em uma lanchonete da família, na Estrada da Floresta, em Rio Branco. Ela tinha esquizofrenia, fazia tratamento contra a doença e tomava remédios.


As investigações da Delegacia de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP) apontaram que a ordem para matar a jovem partiu de duas mulheres que estavam em São Paulo.


A polícia concluiu ainda que a jovem foi morta, decapitada e esquartejada e depois teve o corpo jogado no Rio Acre. A motivação do crime seria porque a jovem teria mudado de facção criminosa e, então, foi vítima de uma retaliação.


Além dos nove acusados, dois adolescentes também foram apontados pela polícia como participantes do crime.


G1
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