“CALVÃO DE CRIA”: Corte de cabelo viraliza entre os jovens

Só no TikTok, o termo "calvão cria" soma mais de 1 bilhão de visualizações Foto: Reprodução/TikTok

A mesoterapia capilar, técnica utilizada para tratar a queda de cabelo crônica, é o tratamento estético campeão em buscas pelo público masculino no Brasil atualmente. No país, 42 milhões de brasileiros, em seu total, têm calvície. Ambos os dados, da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP) e da Sociedade Brasileira de Cabelo, esbarram inesperadamente em uma nova tendência: o corte de cabelo que reproduz o visual calvo.


Só no TikTok, o termo “calvão cria” soma mais de 1 bilhão de visualizações. No Instagram, basta usar a hashtag com as mesmas palavras para encontrar diversos jovens com os cabelos raspados só no centro do couro cabeludo. “Velho da lancha tá on”, escreve um profissional ao lado do cliente adolescente com fios curtos cobrindo só as laterais da cabeça.


https://www.instagram.com/reel/CfxekFLlFlq/?igshid=YmMyMTA2M2Y=


Enquanto há dois anos, o excesso de cabelo nas nucas, conhecido também como mullets, renascia dos anos 1990 e dominava o penteado dos jovens — embora de uma tribo completamente diferente, agora a moda é o chavoso “calvão de cria”. Nas redes, barbeiros do Rio de Janeiro, São Paulo e Espírito Santo já compartilham suas criações. Alguns deles se referem ao sucesso como um “processo de aceitação”.


A dominação vai ainda além. Ao que tudo indica, a Europa também se prepara para ser tomada pela tendência.


Marcio Campos foi o primeiro a engajar no TikTok com uma publicação mostrando seus clientes com o corte de cabelo. O vídeo beira aos 4 milhões de visualizações.


“Calvão virou uma tendência”, conta o barbeiro, de 27 anos. “Tem gente vindo de Portugal falar comigo, dizendo que vai lançar o corte lá também. Páginas dos Estados Unidos estão compartilhando fotos e vídeos.”


“Acredito que o ‘calvão’ e as ‘entradas de cria’ já viraram uma tendência. Está estourado”, completa ele, se referindo ao outro corte em que as entradas na testa são acentuadas pela máquina de barbear.


Calvão de cria


O termo “calvão de cria”, originalmente nomeado e popularizado, é tão objetivo quanto o movimento da máquina que abre círculo ao couro cabeludo. O nome surgiu enquanto ele trabalhava, entre conversas e risadas, no cabelo de um deles: “Estávamos fazendo, conversando, dando risada e quando foi finalizado, ficou o ‘calvão’, situa.


“A parte de cima simula a calvície, então ‘calvão’, e ‘cria’ porque os guris são naturais daqui de Três Passos”,explica ele sobre a gíria utilizada para designar quem nasceu na cidade em que mora.


Igualmente atento ao que bombava nas redes sociais, Pablo Romenio, de 20 anos, viu as publicações na internet e quis entrar na mesma onda. “Eu já estava com essa ideia na cabeça, até que um dia eu já acordei indo na barbearia para lançar o ‘calvão de cria’. Na hora ninguém acreditou”, diz.


O imediatismo talvez não tenha sido a melhor escolha, como ele relembra: “Fui tão empolgado que nem falei com minha mãe. Fiquei quase duas horas na cadeira para chegar em casa e ela mandar voltar na barbearia para passar a máquina zero”.


“Assim que cheguei, ela mandou eu escolher: ou ‘raspa a cabeça ou dorme na rua’”. Sua escolha, não surpreendentemente, foi ter onde dormir.


Sobre o sucesso, o ex-“calvão de cria” opina: “Esse corte está fazendo tanto sucesso porque os jovens de hoje em dia estão querendo andar igual coroa (risos)”. Ainda assim, em suas palavras, é a promessa da temporada: “Vai ser tendência para o verão 2023”.


O momento é dos calvos.


 


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