Após discussão com apoiador de Bolsonaro, jovem é agredida com paulada na cabeça

Imagem: Ilustrativa

Uma jovem de 19 anos foi agredida por um apoiador de Jair Bolsonaro nesta sexta-feira, 23, na cidade de Angra dos Reis, no Rio de Janeiro. A denúncia foi feita pela irmã da vítima, que também estava no local da discussão. De acordo com o relato, o agressor utilizou um pedaço de madeira para atingir Estéfane de Oliveira Laudano.


De acordo com a 166ª Delegacia Policial de Angra dos Reis, todos os envolvidos já prestaram depoimento. O autor da violência, identificado como Robson Dekkers, foi autuado por lesão corporal e o caso foi encaminhado ao Juizado Especial Criminal (Jecrim).


A confusão teria começado após discordância política. “Estávamos em um bar entre amigos e comentamos sobre a publicação de um colega que dizia ‘Minha bandeira é verde e amarela. Meu voto é 13′. Achei engraçado e comentei em voz alta que não tinha amigo bolsonarista”, contou Esther de Oliveira Laudano, irmã da vítima. Segundo ela, após ouvir o comentário, um outro frequentador do bar se aproximou do grupo e gritou palavras de apoio a Bolsonaro. “Nós continuamos conversando e o ignoramos, mas ele seguiu com as provocações”, acrescentou.


Foto: Arquivo pessoal

Conforme o relato de Esther, o homem teria insistido nos insultos e ofensas contra ela e a irmã. “A dona do bar pediu para ele ir embora porque estava causando um alvoroço desnecessário no local”, explica. A jovem complementa que o homem chegou a se afastar, mas voltou pouco tempo depois com um pedaço de madeira e afirmando que elas “iriam apanhar igual a um homem”. “Minha irmã estava usando uma peruca. Ele a tirou, jogou no chão, segurou os braços dela e a acertou com a madeira”, relembra Esther.


Estéfane de Oliveira foi atingida na cabeça. A irmã conta que chegou a avançar sobre o agressor e desferir socos contra ele, mas parou no momento em que viu a caçula ensanguentada. A vítima foi socorrida para um hospital próximo ao bar, na região central de Angra dos Reis. Na unidade, ela precisou levar sete pontos na cabeça. Agora, já recebeu alta e segue em recuperação em casa.


Logo após a confusão, a irmã da vítima foi até a 166ª Delegacia Policial de Angra dos Reis para fazer a denúncia. Ela conta que os policiais fizeram uma ronda na região e conseguiram identificar o suspeito da agressão. “Os próprios moradores seguraram ele na rua”, explica Esther. O homem foi levado para a delegacia para os procedimentos cabíveis.


Segundo Gustavo Hard, advogado de Robson Dekkers, o depoimento da irmã da vítima foi incompleto. Dekkers teria se incomodado com os comentários do grupo, o que fez ele entrar na conversa. Os ânimos ficaram exaltados e, de acordo com o advogado, foram proferidas ofensas de baixo calão ao identificarem que o homem era homossexual. “Quatro pessoas começaram a chamá-lo de ‘viadinho que vota em Bolsonaro, que não representa a classe homossexual, bicha mal orientada’, ofendendo sua moral”, afirmou Hard.


Ao sair do estabelecimento, a pedido da dona do bar, Dekkers rebateu as ofensas, que teriam sido respondidas com “golpes com bandeira, chutes e socos”, além de um golpe com uma garrafa de cerveja em seu rosto, relata Hard. Nesse momento, ele conta que seu cliente teria ficado desorientado, arremessando um pedaço de madeira em direção ao grupo de amigos, com medo de possíveis agressões físicas. Segundo o advogado, o cliente agiu em legítima defesa por estar em iminente risco de vida.


Fonte: Estadão


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