O presidente Jair Bolsonaro (PL) embarcou para o Brasil, , na tarde desta terça-feira (20/9), após ter participado da sessão de abertura da 77ª Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU), em Nova York, nos Estados Unidos.
O atual chefe do Executivo federal, que é candidato à reeleição, aproveitou seu discurso de 20 minutos no evento para abordar temas de campanha — exaltando medidas de seu governo e atacando gestões petistas, sem citar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) diretamente.
Usando o púlpito da ONU como palanque eleitoral, Bolsonaro discursou: “No meu governo, extirpamos a corrupção sistêmica que existia no país. Somente entre o período de 2003 a 2015, onde a esquerda presidiu o Brasil, o endividamento da Petrobras por má gestão, loteamento político e em desvios chegou à casa dos US$ 170 bilhões. O responsável por isso foi condenado em três instâncias por unanimidade. Delatores deveram US$ 1 bilhão e pagamos para a Bolsa americana outro bilhão por perdas de acionistas. Este é o Brasil do passado”.
Bolsonaro ainda defendeu pautas que chamou de “valores fundamentais” para a sociedade brasileira, como “a defesa da família, do direito à vida desde a concepção, à legítima defesa e o repúdio à ideologia de gênero”.
Esta foi a quarta vez que o presidente discursou na Assembleia Geral da ONU. Em 2020, quando o evento foi virtual em razão da pandemia de coronavírus, o presidente enviou um vídeo gravado. Em outras ocasiões, os discursos foram marcados pela defesa da soberania brasileira na Amazônia e por fake news sobre a Covid-19.
Agenda nos EUA
Após participar da assembleia da ONU, Bolsonaro ainda teve reuniões bilaterais com os chefes de Estado da Polônia, do Equador, da Sérvia e da Guatemala. Na sequência, o presidente foi a uma churrascaria, onde conversou com apoiadores. Ele ainda participou de sabatina da Associação Brasileira de Supermercados (Abras) antes de embarcar para o Brasil.
Ao deixar o hotel onde ficou hospedado, o chefe do Executivo federal foi ovacionado por mais de 100 pessoas. Apesar de ter cumprimentado os apoiadores que estavam no local, Bolsonaro não conversou com a imprensa.
Antes da viagem aos Estados Unidos, o presidente esteve em Londres, na Inglaterra, onde participou do funeral da rainha Elizabeth II. Bolsonaro tem sido acusado de usar a viagem para fazer campanha eleitoral.
Protestos
Mas a passagem de Bolsonaro por Nova York também foi marcada por protestos. Logo após seu discurso na ONU, mensagens contra ele foram projetadas no Empire State Building, um dos mais imponentes arranha-céus da ilha de Manhattan. As imagens chamaram o presidente de “broxonaro” e “tchuchuca”.
E antes da participação de Bolsonaro na ONU, outras imagens, também com ofensas ao presidente, foram projetadas em um prédio de Nova York com frases como “mentiroso”, “desgraça” e “vergonha brasileira”.
As mensagens foram transmitidas em português, inglês, francês, espanhol e mandarim. As imagens fazem parte de uma iniciativa da US Network for Democracy in Brazil (Rede nos Estados Unidos pela Democracia no Brasil), que conta com acadêmicos e ativistas.
Metrópoles