As camisas amarelas que a seleção brasileira irá usar na Copa do Mundo do Qatar, entre novembro e dezembro, sumiram das lojas físicas e on-line nas últimas duas semanas antes do 1º turno das eleições. A reportagem do UOL Esporte descobriu isso ao tentar comprar uma do modelo torcedor masculino que custa R$ 349,99. A única amarelinha que conseguimos comprar é tamanho P, que não serve neste que escreve esta reportagem —o item adquirido vai virar um presente para familiares.
A reportagem iniciou a saga para conseguir uma camisa amarela masculina há 15 dias. Nos sites da Nike, fabricante do item, da Centauro, controlada pelo mesmo grupo responsável pela distribuição dos produtos Nike no Brasil, e na Bayard, o modelo apareceu como indisponível em grande parte das últimas duas semanas. Na Netshoes, não foi possível nem mesmo encontrar o produto.
No site da Centauro, a camisa era vendida e entregue em sistema de marketplace pela Nike e chegou a ficar disponível em alguns dias. Mas a disponibilidade era apenas para os tamanhos P e G. Na hora de finalizar a compra de uma unidade, porém, a mensagem “o produto que não está disponível em nosso estoque nesta quantidade” impedia a finalização da compra.
Na semana passada, a reportagem conseguiu comprar uma camisa, tamanho P, entregue dentro do prazo estimado.
O UOL Esporte também consultou lojas em shoppings das quatro zonas de São Paulo. Nenhuma tinha a camisa amarela masculina disponível. Duas tinham apenas na cor azul.
Dois lojistas ouvidos informaram que não estão recebendo os produtos. Um lojista declarou que vai receber novas camisas entre 1 a 8 de outubro. Outro falou que isso acontecerá somente a partir da segunda quinzena de outubro. Três lojistas não tinham previsão.
Em algumas lojas, contudo, foi possível encontrar o modelo amarelo feminino e o infantil. No site da Nike, a camisa amarela versão torcedora e versão infantil está disponível.
A reportagem, então, questionou a Nike sobre a falta de camisas e a eleição. Como a camisa amarela, nos últimos anos, ganhou uma conotação política, adotada pela direita e com um movimento de ressignificação criado em seu lançamento, a proximidade com as eleições explica o sumiço? A Nike negou. Segundo a empresa, o sucesso do produto é o motivo para a falta.
“O Grupo SBF, dono das empresas Centauro e Fisia, distribuidora oficial da Nike no Brasil, ressalta que as vendas de todo o portfólio de produtos relacionados à nova coleção da seleção brasileira estão em ritmo acelerado, superando as expectativas mais otimistas.”
De acordo com o comunicado, os novos uniformes da seleção venderam dez vezes mais do que em 2018. Um exemplo desse sucesso foi visto um dia após o lançamento, no começo de agosto: a camisa azul esgotou em uma hora, mas já estava disponível em lojas físicas poucos dias depois. Agora, a espera para reposição do estoque aumentou.
A empresa disse que novos lotes das camisas, amarela e azul, da seleção serão disponibilizados.
Leia o comunicado divulgado pela Nike na íntegra:
O Grupo SBF, dono das empresas Centauro e Fisia, distribuidora oficial da Nike no Brasil, ressalta que as vendas de todo o portfólio de produtos relacionados à nova coleção da Seleção Brasileira estão em ritmo acelerado, superando as expectativas mais otimistas.
Mesmo com um planejamento acima do histórico das últimas Copas, nos dois primeiros dias do lançamento dos uniformes, vendemos cerca de 10 vezes mais camisas, na comparação com 2018. E, com um mês de campanha, atingimos um recorde de 40% de crescimento. Isso reflete a conexão vencedora entre torcedores e a história da camisa, a Garra Brasileira e o visual inspirador da Onça-Pintada.
Novos lotes das camisas amarela e azul da Seleção Brasileira serão disponibilizados o mais rápido possível nos diferentes canais de venda.