A perícia concluiu que o acidente entre uma van e um caminhão em julho na BR-317, em Xapuri, interior do Acre, foi causado após a van invadir a pista contrária e bater no outro veículo.
A informações foram confirmadas pelo delegado responsável pelas investigações, Gustavo Neves, na última quarta-feira, de setembro.
Com a conclusão do inquérito, a Polícia Civil indiciou o motorista da van, Jean Lopes de Oliveira Junior, por homicídio culposo, quando não há intenção de matar.
“A perícia apontou que a van invadiu a mão contrária da pista onde o caminhão estava. Eu já concluí o inquérito, e enviei para o Judiciário na segunda-feira, 12 de setembro. Ele foi indiciado por homicídio culposo. A perícia não confirmou como houve, lá não têm câmeras, a perícia só fez essa menção de quem invadiu a pista foi o motorista da van”, destacou Gustavo Neves.
Ainda segundo o delegado, as testemunhas não relataram que o motorista estava em alta velocidade. Ele confirmou que, além dos motoristas, foram ouvidos cerca de sete passageiros.
“O caso foi encaminhado para o Judiciário de Xapuri. Não cabe nenhum pedido de prisão e só encaminhei o relatório do inquérito com as peças. O juiz deve agora abrir para o MP, que vai ou não oferecer denúncia”, concluiu.
O advogado Mário Rosas, responsável pela defesa do motorista, disse que a defesa não foi notificada do resultado da perícia, e que vai primeiro verificar o teor da perícia para se posicionar. Contudo, segundo ele, o cliente nega que houve uma invasão dele na pista contrária. “Temos testemunhas que irão esclarecer”, resumiu.
A batida, no km 181 da rodovia, deixou cinco mulheres mortas, e diversas outras pessoas feridas. Ao todo, 16 pessoas estavam na van. Os passageiros seguiam do interior para a capital acreana, para fazer exames ou acompanhamento médico no Hospital de Amor.
Jean Lopes de Oliveira Junior, que conduzia a van, sofreu apenas escoriações. Na época, ele tinha um cargo de diretor operacional da Companhia de Armazéns Gerais e Entrepostos do Acre (Cageacre), e após o acidente foi afastado da função.
Segundo informou o governo na época do acidente, o cargo ocupado era de dedicação exclusiva, e por isso, não poderia atuar como motorista da van, que não tinha ligação com o órgão público. Após o afastamento, o motorista foi exonerado do cargo de diretor.
A van tinha sido concedida por meio da ajuda do deputado estadual Antônio Pedro,que foi quem pagou pelo transporte, segundo confirmou à Rede Amazônica. O deputado disse que negociou com o dono da van,que atua nesse tipo de transporte de passageiros, e que o valor pago era mais uma ajuda de custo para o combustível, e que o trabalho feito era para ajudar as mulheres.
Depoimentos dos motoristas
Os dois motoristas foram ouvidos um dia após a batida, no dia 28 de julho. O motorista do caminhão, relatou que seguia na via quando sentiu o impacto da batida. Ele afirmou que a van que invadiu a pista na contramão, e bateu contra o caminhão.
Já em seu depoimento, Jean Oliveira Júnior rebateu a versão do motorista do caminhão e afirmou que, na verdade, que caminhão que saiu da contramão e atingiu a van.
O condutor falou ainda para a polícia que fez contato com o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) para socorrer as vítimas e também receber atendimento médico. Segundo a polícia, Júnior estava bastante abalado durante o depoimento.
Fonte/ Portal G1