O técnico Abel Ferreira, do Palmeiras, recebeu nesta sexta-feira o título de cidadão paulistano. A honraria foi oficializada em evento realizado no Salão Nobre da Câmara Municipal de São Paulo.
Abel, que esteve acompanhado da esposa e das filhas, se emocionou durante pronunciamento do vereador João Jorge, que falou sobre a ligação do treinador com a família e a passagem marcante pela cidade.
– (Eu) me sinto paulistano desde o primeiro dia que cheguei. Sempre me respeitaram de forma cordial e simpática. Pra mim, o futebol é muito mais do que só no nosso clube, é algo que cada um de nós deve gostar e respeitar os nossos adversários. Eu, como ser humano que sou, e agora cidadão paulistano também, tenho medos, receios, minhas fraquezas, nem sempre sou um bom pai, marido e treinador, mas procuro acima de tudo aprender com meus erros e seguir em frente e ser melhor… A diferença de um vencedor para um perdedor não é a quantidade de títulos que tem, é quantidade de vezes que é capaz de se levantar quando nós caímos. Foi assim que eu aprendi a caminhar, cair, levantar, começar a correr e seguir em frente.
Outros que discursaram durante a cerimônia foram Silvia Grecco, secretária municipal da pessoa com deficiência da cidade de São Paulo, Jorge Perez, secretário executivo de esportes do estado de São Paulo, Marco Gama, conselheiro do Palmeiras, Ana Virginia Bento, representante da torcida, e o vereador Toninho Vespoli, autor do projeto que foi aprovado em abril. Peres, inclusive, disse que Abel receberá também a medalha do Mérito Esportivo do Estado de SP.
– Falando de uma frase que está no brasão de uma das maiores cidades do mundo, que é São Paulo, que diz que “não sou conduzido, conduzo”. Eu cheguei e disse que todos somos um. O Brasil é uma grande potencia não só pelo tamanho do pais, mas pelo tamanho da criatividade das pessoas… Sempre disse que aqui as pessoas sabem receber. É uma grande honra, grande orgulho receber esse titulo de cidadão paulistano. Espero aprender com meus erros e estar cada vez mais à altura de representar uma das maiores cidades do mundo. Não estou aqui como palmeirense ou treinador, hoje sou mais um vós. Hoje me sinto um cidadão paulistano
Antes do encerramento do evento, torcedores do Palmeiras transformaram o Salão Nobre da Câmara Municipal em estádio, com direito a músicas, saudação e até provocação. No final, Abel discursou para os presentes.
– Futebol é minha profissão, minha paixão, mas sei que nem sempre sou o melhor exemplo. É verdade que fora sou tímido. Se me perguntassem dez anos atrás se era capaz estar em frente a uma plateia e dizer uma palavra que fosse, eu diria que não, que era impossível. Através da leitura, educação, fui crescendo, sou capaz de estar numa plateia dessas e dizer o que vai no meu coração. Para mim, a maior ferramenta que o ser humano pode ter é o acesso a educação e formação.
Abel Ferreira está em São Paulo desde novembro de 2020. A passagem pelo Palmeiras tem sido marcante e com títulos, casos da Libertadores de 2020 e 2021, da Copa do Brasil de 2020, da Recopa Sul-Americana de 2022 e do Paulistão de 2022.
Ele é o segundo treinador mais longevo do futebol brasileiro, atrás somente de Mauricio Barbieri, do Red Bull Bragantino.
Neste ano, Abel trouxe a esposa e as filhas para viverem com ele no Brasil. Em março, o português renovou contrato com o Verdão – o vínculo agora válido até o fim de 2024.
No início da semana, o treinador palmeirense recebeu o troféu Quinas de Ouro, a mais alta distinção concedida pela Federação Portuguesa de Futebol a treinadores do país. O prêmio foi entregue na Academia de Futebol por Helder Postiga, ex-jogador da seleção portuguesa e hoje dirigente da federação.