Atacante do Flamengo, Gabriel Barbosa, o Gabigol, terá o apelido dado a ele pelos torcedores do Rubro-Negro presente na tela das urnas do Rio de Janeiro nas eleições de outubro deste ano. Mas não é o camisa 9 que concorrerá a um posto no Legislativo do RJ, mas sim o sósia dele: Jeferson Thiago Rosário de Sales, conhecido como Gabigol da Torcida.
O fluminense de 37 anos ganhou popularidade em 2019 ao aparecer nas arquibancadas dos estádios e ser notado pelas transmissões televisivas pela semelhança com Gabriel Barbosa. À medida que o atacante do Flamengo se tornou mais admirado entre os seguidores do futebol nacional, Gabigol da Torcida foi melhor recebido entre os torcedores e até mesmo procurado por empresas que o convidam para fazer campanhas publicitárias.
Agora, além das arquibancadas dos estádios, Jeferson levará o nome do sósia para as urnas e espera ter a mesma popularidade entre os eleitores do Rio de Janeiro. Para isso, a candidatura de Jeferson registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) indica o apelido de Gabriel como nome de campanha, acompanhado do termo pelo qual ficou conhecido — Gabigol da Torcida. Ele é candidato pelo Partido Trabalhista Brasileiro (PTB) e não declarou nenhum bem.
Na foto que aparecerá nos aparelhos de votação para aqueles que inserirem o número de registro dele, Jeferson usa uma das maiores referências ao craque: o cabelo descolorido e maior no topo da cabeça, com as laterais na cor natural do cabelo, além da barba fechada.
Mas não é só na aparência que Jeferson se assemelha a Gabigol. Se eleito, ele afirma que irá direcionar o mandato como parlamentar para promover maior acesso ao esporte de jovens da periferia.
“Meu slogan será: jogando em prol da educação e do esporte. Já desenvolvo um trabalho esportivo com as crianças do bairro, em Urucânia. Acredito que a educação aliada ao esporte podem transformar o futuro de todos, principalmente dos jovens de periferia e comunidades”, disse ao Correio.
Saúde também está na mira do sósia, que afirma ter sido uma experiência ruim em uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) que o levou a decidir concorrer a um cargo no Legislativo. “A decisão ocorreu em setembro de 2021, quando fui procurar atendimento médico na UPA de Paciência (RJ). Senti na pele o descaso, a falta de respeito e a negligência de como o ser humano é tratado quando precisa de atendimento médico”, detalhou.
Na época, Gabigol da Torcida utilizou o perfil no Instagram, que reúne mais de 262 mil seguidores, para denunciar a falta de atendimento no local. “Percebi que ao invés de só reclamar, poderia fazer minha parte, fiscalizando e cobrando mais se tivesse o mandato de deputado estadual”, declarou.
Se eleito, Jeferson continuará com atividades de sósia e não irá para camarotes em estádios
Mesmo se conquistar uma cadeira na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), Jeferson afirma que não deixará a vida de sósia de lado. Para ele, a carreira é uma maneira de alegrar as pessoas.
“Se for da vontade de Deus e da população eu ser eleito, vou cumprir com todas as obrigações que o cargo exige, assim como sempre fiz nos locais que trabalhei. Porém, fora do horário de trabalho, vou manter as atividades de sósia”, declara.
“Pois através dela posso levar alegria às pessoas, principalmente as que mais precisam, como por exemplo, fazer visitas a hospitais, trabalho que realizo desde 2019”, acrescenta.
Gabigol da Torcida também disse que não trocará as arquibancadas pelos camarotes na hora de assistir aos jogos do Flamengo — momento que ele afirma ser propício para saber as demandas dos eleitores. “Escutar a população é fundamental para exercer um bom mandato”, diz.
Jeferson não respondeu ao ser questionado se Gabigol concorda com a candidatura dele. Em uma entrevista ao Esporte Espetacular, em 2019, Gabigol afirmou que o sósia não parecia com ele, e que ele “forçava um pouco”, mas se sentia lisonjeado “pela brincadeira”.
O Correio tentou entrar em contato com a assessoria do camisa 9 do Flamengo, mas não obteve resposta até a última atualização desta matéria. O espaço permanece aberto para eventuais manifestações.
Fonte: Correio Braziliense