Na semana passada, falamos que até Bolsonaro pode ser alvo de fake news. Nesta semana, primeira de campanha eleitoral, bolsonaristas parecem ter preparado um contra-ataque. Das nove fake news políticas que desmentimos desde o último A Semana em Fakes, sete são favoráveis a, de alguma forma, Bolsonaro.
Para além da quantidade, podemos ver na desinformação o que parece ser a tônica do “discurso oficial” do presidente em dias, por assim dizer, mais belicosos. O processo eleitoral foi atacado com um caso para lá de estranho.
Há alguns dias, uma imagem (frisa-se, real) de um título de eleitor com um código de verificação (entre outras letras) “LULA.PT” começou a circular com uma denúncia de que o TSE estaria fazendo propaganda para o candidato do PT nos títulos de eleitor. Na época, desmentimos a informação e apontamos que o código é gerado randomicamente.
A história parecia encerrada quando ela conseguiu ser (muito) piorada. Na última semana, uma pessoa gravou um áudio absurdo dizendo que o código em questão serviria para “transferir” votos dos novos títulos para Lula. Não só a história era falsa como não fazia sentido. Porém, já serviu para colocar uma pulga atrás da orelha (como sempre) dos mais ávidos fãs de Bolsonaro.
Outra história estranha que deu o que falar na semana foi de um suposto vídeo do Jornal Nacional falando de uma pesquisa eleitoral que colocava Bolsonaro à frente de Lula. O vídeo, que contrariava o resultado real da pesquisa, havia sido editado (importante: como apontou o especialista Bruno Sartori, não se tratava de um deepfake) para enganar os fãs mais ávidos de Bolsonaro.
Essa frente contra o processo eleitoral se uniu com um tipo de desinformação recorrente. O que não faltou na semana foi informação fora de contexto de países latino americanos liderados por governos de esquerda que estavam “acabando com igrejas”. Fake news sobre, por exemplo, Chile e Bolívia foram compartilhadas com o intuito de sugerir que Lula também faria isso no Brasil.
Foi só a primeira semana de campanha eleitoral, mas o tom da desinformação já está dado. Até segunda ordem, religiosos e o processo eleitoral vão ser bombardeados com balelas absurdas.
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Fonte: Metrópoles