Em depoimento a National Geographic, a imunologista Amelia Barber, do Instituto Hans Knöll, lembrou de um caso onde um paciente com câncer foi infectado por um fungo que desenvolveu resistência à equinocandina, um dos principais antifúngicos desenvolvidos, em poucos dias.


“Achamos que esse organismo era realmente parte de sua microflora e, ao dar medicamentos profiláticos, ele conseguiu se tornar resistente e se propagar”, explicou.


Os fungos podem causar o desligamento de órgãos por meio da sepse, uma reação exagerada do sistema imunológico aos ataques microbianos, onde o sistema imune se volta contra si mesmo. Também há possibilidade de formarem bolas fúngicas que empurram os órgãos para o lado. A resistência pode só piorar as coisas, já que as taxas de mortalidade são 25% mais altas quando um patógeno resistente a antifúngicos está envolvido.


Outro ponto de atenção é que o uso indiscriminado de fungicidas na agricultura está fazendo com que a situação fique ainda pior.


Os produtores de fungicidas promovem seus produtos aos agricultores como forma de aumentar o rendimento das colheitas, o que leva ao seu uso excessivo. Como esse tipo de remédio geralmente emprega estratégias semelhantes aos medicamentos farmacêuticos, quando os fungos se tornam imunes a um, eles também desenvolvem resistência a outros.


A Gazeta do Acre