O fotojornalista Alexandre Noronha divulgou em suas redes sociais imagens da capital acreana, Rio Branco, encoberta por fumaça e foligem, oriunda das queimadas. Noronha batizou os registros de “Rio Branco defumada”.
As fotos, registradas na última quinta-feira, 25, alertam para um problema ambiental, climático e de saúde, uma vez que a baixa qualidade do ar, no estado, gera problemas respirátórios à população, que são ainda mais periogos se associados as doenças causadas pelos vírus da Covid-19 e da Síndrome Respiratória Aguda Grave (Srag), em circulação.
Alexandre, que mora na zona rural, não imaginava que ia se deparar com a cena na parte urbana de Rio Branco.
“Eu nem saí de casa pensando nessa pauta, eu me deparei com ela. Moro na zona rural e não sabia que a cidade tava tão esfumaçada aquele ponto. Tanto que nem levei câmera, mas estava com o drone. E uma das fotos fiz com a câmera do celular. Fiz as fotos porque estava indignado mesmo”, relatou profissional ao site A GAZETA.
Ligado a pauta ambiental, Noronha tem realizado um trabalho junto a um jornal americano e alerta para as consequências das queimadas.
“Tenho acompanhado mais sobre pautas ambientais. Nessa mesma época em 2021, cobri a pauta sobre como essa fumaça toda em Rio Branco afeta a saúde de indígenas, que moram na capital, por motivos de estudo, trabalho ou por tratamento de saúde. Aqui no Acre, nós estamos sendo uma das primeiras testemunhas dos sintomas das mudanças climáticas, vivendo os extremos que não vivíamos antes”, observou.
Segundo Alexandre, o fenômenos clímaticos estão cada vez mais frequentes e intensos. “Cheias e secas estão acontecendo aqui todos os anos, quando não é uma, é a outra. Ou as duas no mesmo ano, que era uma coisa que não acontecia. Acho que viver aqui tá ficando cada vez mais insalubre. Se não houver uma ação imediata, vai ficar impossível viver nessa região”, salientou.
Queimadas
Os dados disponibilizados diariamente pelo Programa Queimadas, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), mostram que o satélite de referência detectou 526 focos de calor no Acre na quinta-feira, 25, o que representa o pior dia do ano, até aqui, em registros de queimadas.
O banco de dados da plataforma também mostra que 65,8% dos focos detectados nesta data ocorreram em apenas dois municípios acreanos, Feijó e Tarauacá, ambos na região central do estado. Foram 232 focos no primeiro, o que corresponde a 44,1% do total, e 114 focos no segundo ou 21,7% do total.
Fonte: A Gazeta do Acre/Por Maria Meirelles