cedimp otimizado ezgif.com gif to avif converter

Pai de sete filhos preso por furtar 10 kg de arroz é absolvido pela Justiça

Quilo do Arroz ficou 1,91% mais barato entre março e abril em Ribeirão Preto — Foto: Maurício Glauco/EPTV

Um homem de 42 anos, que respondia processo por furtar um fardo com dez quilos de arroz, foi absolvido pela Justiça do Ceará na última sexta-feira (12). Na época da prisão, em 2018, ele estava desempregado, não tinha dinheiro para comprar comida para a família — composta por 11 pessoas — e furtou o alimento de um mercadinho na cidade do Crato, no Cariri.


Ele saiu de casa dizendo que ia arranjar alguma coisa para comer, mas o tempo passava e ele não voltava. Um rapaz que mora aqui na rua foi quem deu a notícia, que tinha visto ele sendo preso. Meu mundo caiu nesse dia. A gente passa por muitas dificuldades, mas somos honestos. Eu tenho nove filhos, sete com o Ronaldo e vivemos de ajuda mesmo das pessoas”, declarou a dona de casa, esposa do réu.


A Defensoria Pública do Estado do Ceará fez a defesa do homem trazendo o princípio da insignificância penal. Quatro anos depois, o juiz da 1ª Vara Criminal da Comarca de Crato absolveu o homem.


O pai de família hoje está trabalhando como servente e recebe uma diária de 50 reais. Na época da prisão, a esposa também estava sem emprego e eles não tinham nenhuma fonte de renda. “Hoje ele está trabalhando e estamos recebendo o bolsa família. Assim, a gente vai escapando da fome”, declarou a mulher.


O defensor público José Aníbal de Carvalho Azevedo, titular da 1ª Defensoria Criminal do Crato, pleiteou a absolvição, alegando o princípio da insignificância, também conhecido como ‘crime de bagatela’.


O entendimento traz a ideia de que, apesar de o furto ser considerado crime, alguns tipos, por serem tão pequenos, não deveriam ser julgados na justiça penal. Nesses casos, a própria tipicidade do fato ficaria excluída, ou seja, tais delitos não se encaixam na definição de crime de furto.


Pelo princípio da insignificância, o Direito Penal não se deve ocupar da proteção de bagatelas. Ronaldo devolveu os sacos de arroz logo após ter sido preso e na época do fato, o salário-mínimo nacional era de R$ 954,00 e o valor total do artigo subtraído não ultrapassou a 10% disso”, explicou o defensor.


Fonte: G1 CE

Compartilhar

Facebook
Twitter
WhatsApp
LinkedIn

Últimas Notícias