A briga envolvendo o candidato a deputado distrital Rubão (PTB), no sábado (27/8), na Vila Planalto, que terminou com um churrasqueiro baleado, acendeu o alerta das autoridades sobre a violência durante o período eleitoral no Distrito Federal. Raimundo Eduardo Pereira Silva, 29 anos, está internado no Hospital de Base, depois de ser atingido por um militante do político, supostamente a mando do próprio Rubão, segundo testemunhas, com um tiro no rosto. A bala desceu pela via nasal e está alojada no pulmão da vítima, que segue em estado delicado. O caso comoveu os brasilienses e forçou a Justiça Eleitoral e a Secretaria de Segurança Pública do DF (SSP-DF) a intensificar a segurança de candidatos e eleitores nos dias que antecedem a votação.
O tema chama ainda mais atenção quando considerada a quantidade de armas de fogo em circulação na capital do país. O DF registrou, em 2022, 12,4 mil armamentos, de acordo com a Polícia Federal. É o quarto maior número do país, atrás do Rio Grande do Sul (15.718), Santa Catarina (14.117) e São Paulo (13.423). O montante considera os registros de janeiro a julho de 2022, e o resultado deste ano já supera o total de 2021 (11.122). A briga de sábado teve início depois que Rubão não atendeu a pedidos para diminuir o volume do som do carro que, segundo testemunhas, incomodava clientes e trabalhadores.
Raimundo tentava acalmar os ânimos entre os envolvidos na discussão e, em determinado momento, o candidato teria ordenado a um homem que o acompanhava a atirar contra o churrasqueiro. Rubão e o atirador fugiram do local. O caso é investigado pela 5ª Delegacia de Polícia (Área Central). O político contestou versão das testemunhas. “Exercia o trabalho que compete à minha atividade. Estava em local público, vieram cinco bombados e quebraram meu som. Sou um senhor de 67 anos”, argumentou ao Correio. Ele foi preso e liberado após pagamento de fiança. O candidato foi indiciado por tentativa de homicídio, lesão corporal e porte irregular de munição. Rubão é ex-fuzileiro naval e ex-bombeiro militar. A polícia procura pelo atirador.
Fonte: Correio Braziliense