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MC Loma stalkeou motorista de aplicativo; veja como proteger privacidade

Foto: Popline

A cantora Paloma Santos, também conhecida como MC Loma, diz ter usado método controverso para conseguir os dados pessoais de um motorista de aplicativo. Em uma entrevista ao podcast Pod Delas, em 26 de julho, ela comentou ter encontrado a chave Pix, o nome completo, a data de nascimento e processos judiciais do homem.


Na conversa com as apresentadoras Tata Estaniecki e Boo Unzueta, MC Loma disse ter pego um motorista que achou “muito gato”. Após finalizar a viagem, a cantora reportou no aplicativo que havia esquecido um item dentro do carro. Nesses casos, a plataforma coloca o motorista em contato com o passageiro, por meio de uma ferramenta interna do app, para que o objeto possa ser devolvido em segurança.


Ao falar com o motorista pelo telefone, MC Loma logo perguntou se ele era solteiro. “Porque eu lhe achei muito bonito. Eu sou a menina que você acabou de deixar na parada. Você pode me passar o seu WhatsApp?”, comentou a cantora. Em seguida, o motorista forneceu um número de celular para conversar com Paloma fora da plataforma.


Mas MC Loma não parou ao conseguir o WhatsApp do motorista. Em seguida, a cantora percebeu que o número de telefone do motorista também era sua chave Pix. Ela, então, usou seu aplicativo bancário para simular um envio de dinheiro e, com isso, soube o nome completo dele. A partir dessa informação, Paloma jogou o nome do homem na busca do Google e achou não só a data de nascimento, como também dois processos judiciais relacionados ao motorista. Este é um exemplo de como é possível, com poucas informações, descobrir muito sobre alguém na internet.


Confira o trecho do podcast logo abaixo:


Nas redes sociais, é comum ver publicações criticando pessoas que usam meios profissionais para flertar. Há casos de pessoas que pedem comida em casa e são importunadas por entregadores logo depois de receber a refeição. Aliás, situações como essa podem ser consideradas assédio online.


Uber e 99 não fornecem dados pessoais de motoristas


No caso da Uber e da 99, por exemplo, quando uma pessoa relata um objeto perdido no carro, a empresa utiliza um número secreto para entrar em contato direto com o motorista, justamente para respeitar a privacidade dos envolvidos. Nem o passageiro nem o motorista revelam seus respectivos números na ligação.


A Uber e a 99 permitem comunicar a perda de um objeto em até 24 ou 72 horas, respectivamente, após o término da viagem. Depois desse tempo, a plataforma não pode mais ajudar o passageiro. Todas essas informações estão disponíveis nos sites da Uber e da 99.


Como o motorista que transportou MC Loma, segundo ela, escolheu por vontade própria passar o número pessoal do celular à cantora, as plataformas não podem se responsabilizar por qualquer interação fora do aplicativo.


Mas o caso vale como exemplo para levantar algumas dicas de privacidade.


Chama atenção na fala de MC Loma é ela ter conseguido achar processos judiciais do motorista apenas buscando o nome dele na internet. Por ser o mecanismo de busca mais poderoso do mundo, o Google exibe diversos dados pessoais nos resultados, incluindo números de telefone, endereço, nome completo e até CPF.


Para ajudar a proteger as informações dos usuários conforme as diretrizes da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), o Google permite solicitar a remoção de dados sensíveis do buscador a qualquer momento. Para isso, basta preencher um formulário no site oficial do serviço.


Chave Pix aleatória ainda é mais segura


Apesar do Google permitir a remoção de dados do buscador, ainda é mais seguro não usar número de celular, e-mail ou CPF para criar chaves Pix. O sistema de pagamentos permite criar chaves com códigos aleatórios, únicos e impossíveis de serem rastreados.


Em um artigo do blog WeLiveSecurity, o pesquisador de segurança da ESET Daniel Barbosa afirma que expor a chave Pix sem necessidade pode colocar em risco os demais dados dos usuários. Mesmo com a chave aleatória, é importante só informá-la em casos nos quais uma pessoa de confiança for realizar uma transferência para a sua conta do banco.


Luis Corrons, pesquisador sênior adjunto da empresa de cibersegurança Avast, defende que as pessoas não forneçam seus números de telefone/WhatsApp a estranhos. “A maioria das pessoas não considera o número do WhatsApp um segredo, então esse número pode estar disponível nos perfis de mídias sociais do usuário, ou até mesmo ser submetido a diferentes serviços e depois vendido para fins de marketing, ou pode ser parte de vazamentos de banco de dados, até mesmo vendido na darknet”, aponta.


Ele recomenda que os usuários, em caso de necessidade de contato, forneçam seus endereços de e-mail. Aos mais cautelosos, sugere ainda um endereço de e-mail não associado a nenhuma conta de rede social ou que não armazene informações sensíveis, como detalhes de cartão de crédito.


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