Games e parcerias com clubes e atletas fazem Brasil superar EUA e China em ranking global de NFTs

Nem mesmo a queda do mercado de criptomoedas fez com que a popularização dos NFTs despencasse na mesma proporção pelo mundo, especialmente no Brasil. A empresa de consultoria Statista divulgou que pelo menos 5 milhões de brasileiros já possuem um token, representando cerca de 2,3% da população e ocupando o segundo lugar no ranking geral. O Brasil fica a frente, por exemplo, de grandes potências como Estados Unidos, China, Canadá e Alemanha, e só perde para a Tailândia, com 5,6 milhões de usuários.


Outra tendência de crescimento foi apresentada pela empresa especializada em blockchain Chainalysis, que apontou que somente entre janeiro e abril deste ano, foram movimentados cerca de R$ 144 bilhões com a indústria de NFTs. Levando em conta todo o ano de 2021, os valores chegaram a R$ 192 bilhões.


De acordo com o ranking, o principal motivo para o aumento na adesão dos tokens não fungíveis tem a ver com o crescimento das criptos no universo dos games, especialmente no modelo em que os usuários recebem determinados valores baseados em seus desempenhos. No entanto, também é interessante observar o cenário de forte expansão no mundo corporativo e principalmente dos esportes, quando clubes, atletas, ex-jogadores e personalidades deste segmento têm usado deste artifício para captar novas receitas e se aproximar dos fãs.


A criação de um NFT ou o lançamento de um fan token agrega muita experiência ao colecionador. Sabemos que a aproximação do público com o ídolo, neste caso um jogador ou um clube, na maioria das vezes é restrita. Estes ativos garantem essa aproximação de maneira simples, muitas vezes trazendo interações do torcedor com o ídolo, algo que ajuda os fãs a se sentirem ainda mais perto daqueles que admiram – afirma Sylmara Multini, CEO da IDG NFT, que lançou nos últimos meses os colecionáveis digitais do atacante Richarlison, do Tottenham, e do ex-jogador Reinaldo, do Atlético-MG.


Além de Richarlison, outros jogadores lançaram seus tokens não fungíveis. A lista é longa e conta com grandes nomes como Pelé, Messi e Cristiano Ronaldo. A vantagem da criação de um NFT para os jogadores, além do valor de mercado, é gerar uma aproximação com o fã, entregando uma peça ou obra com autenticidade e originalidade.


Segundo a mesma pesquisa do Statista, as receitas com NFTs devem crescer 439% até 2026, em relação a 2021, isso em todo o mundo.


UM PASSO ALÉM


Os números cada mais significativos e um mercado que cresce, mas já parece consolidado, deve dar margem a outras formas de monetização num curso espaço de tempo. Nesta segunda-feira (1), por exemplo, uma fatia da Barça Studios foi negociada para a Sócios.com, um provedor de blockchain nos esportes e negócios de entretenimento. Parte do dinheiro será usado para acelerar as estratégias do clube relacionadas ao audiovisual, blockchain e produtos online.


O movimento da Sócios é muito relevante por tudo o que a empresa representa em relação à plataforma de engajamento de fãs, e por estar olhando para o desenvolvimento de novas propriedades intelectuais como um caminho de acesso aos fãs para rentabilizar os fan tokens. Um ambiente que ainda não chegou ao Brasil, que a Feel The Match está desenvolvendo bastante, é o dos utility tokens, que dão acesso à experiências e situações únicas, e que propriedades intelectuais são capazes de proporcionar. Neste mesmo caminho, o que a Sócios está fazendo é contratar para além da relação com o Barcelona uma possibilidade de desenvolver propriedades intelectuais nas quais ela crie essas experiências de acesso, transformando cada vez mais os seus tokens em utility tokens também – afirmou Bruno Maia, CEO da Feel The Math e especialista em inovação e novas tecnologias do esporte.


Segundo ele, que vem trabalhando esse tipo de projeto em alguns clubes com ídolos do passado e presente, existe uma tendência inevitável para os próximos anos que certamente tende a deixar para trás um pouco da onda dos NFTs colecionáveis, como a única forma de se entender esse universo.


Nesse sentido, os colecionáveis foram uma porta de entrada e são um tipo de produto que já demonstrou penetração na cultura contemporânea e no consumo dos nossos tempos. Mas, certamente, só colecionar os NFTs, os ativos digitais, não permite uma expansão desse mercado. Cruzar isso, esse valor de colecionável, de vinda secundária dos ativos, com o acesso a experiências únicas, é uma próxima fase desse mercado, que ainda tende a ser muito amplificado, que é o dos NFTs através dos utility tokens – complementou.


Já para o executivo Bernardo Pontes, sócio da BP Sports, os clubes estão buscandi o mercado esportivo por ser o caminho mais útil de exposição.


Une visibilidade com a paixão esportiva. Porém é importante que, associado a essa imagem, exista uma forma de fazer com que a experiência do torcedor com a nova tecnologia seja a mais amigável possível. Iniciativas como os fan tokens são bem-vindas, mas precisam estar vinculadas ao engajamento dos clubes com a torcida – explicou.


O Internacional é um dos clubes que se encaixa neste contexto, já que disponibilizou fan token aos torcedores no fim do ano passado.


O Internacional lançou a NFT, em parceria com a empresa ‘Sócios.com’, e aos poucos estamos realizando ações para que os torcedores se acostumem com esse novo produto.


Já o Fortaleza segue caminho parecido ao ter parceria com a empresa Bitci, ativa nesse mercado.


Já existe um planejamento para a criação de experiências novas, em que o torcedor vai poder participar de situações diferentes e inusitadas, como a escolha de uniformes para um jogo, uma pintura dentro da estrutura do clube, entre outras decisões que antes eram exclusivas da diretoria – explicou Victor Simpson, gerente comercial do Fortaleza.


Fonte/ Portal Yahoo.com


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