A vice-procuradora-geral da República, Lindôra Maria Araújo, afirmou, nesta quarta-feira (24), em manifestação encaminhada ao Supremo Tribunal Federal (STF) que, apesar de o ministro Alexandre de Moraes ter encaminhado o caso envolvendo os empresários bolsonaristas à PGR, ela própria não teve ciência do processo antes da operação da Polícia Federal na terça-feira (23).
A manifestação foi encaminhada em uma petição que corre em sigilo no STF. A CNN confirmou o teor da manifestação com fontes da PGR.
De acordo com a apuração da CNN, a vice-procuradora-geral da República disse que estaria participando de um evento na segunda-feira (22), data em que a PGR foi notificada do caso, segundo o ministro Alexandre de Moraes, relator do caso.
Segundo o documento, Lindôra argumentou que, por esse motivo, apesar de o documento ter chegado a seu gabinete, ele não chegou ao seu conhecimento antes da operação.
O processo envolve alguns empresários bolsonaristas que, em um grupo privado, teriam demonstrado preferência a um golpe de Estado a ver o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de volta à Presidência. O caso foi revelado pelo portal Metrópoles.
Na terça-feira (23), a Polícia Federal cumpriu mandados de busca e apreensão contra esses empresários apoiadores de Bolsonaro.
A PGR divulgou nota no mesmo dia dizendo que o procurador-geral da República, Augusto Aras, tomou conhecimento do caso apenas na terça. A decisão que embasou as diligências realizadas nesta semana foi assinada pelo ministro Alexandre de Moraes no dia 19 de agosto.
Também em nota, Moraes afirmou que na segunda-feira (22) a PGR “foi intimada pessoalmente da decisão (…) com a entrega da decisão proferida para a Assessoria de Apoio aos Membros da Procuradoria-Geral da República no STF”.
O ministro disse, ainda, que “a referida decisão, posteriormente, foi encaminhada ao Gabinete da Vice-Procuradora-Geral da República às 15h35, onde recebida às 16h40” da própria segunda.
Fonte: CNN Brasil