Não apenas o FBI está investigando o ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump. O serviço secreto do país também tem ele em sua mira. A inteligência dos EUA vai avaliar se a segurança do país pode ter sido ameaçada pelos documentos altamente confidenciais que o magnata de 76 anos armazenava sem autorização em sua mansão em Mar-a-Lago, na Flórida. A informação foi divulgada neste sábado (27/08) pelo periódico Politico e a emissora CNN.
De acordo com os veículos de comunicação, a diretora de inteligência dos EUA, Avril Haines, enviou uma carta a um grupo de legisladores para informá-los de que seu escritório realizará “uma avaliação” dos riscos para a segurança dos EUA que poderiam ter sido acarretados pela divulgação dos documentos detidos por Trump.
De acordo com as reportagens, os serviços secretos também devem verificar se pessoas não autorizadas tiveram acesso aos documentos e se as fontes dos serviços secretos também podem ter sido identificadas ou informantes, expostos. Tais informações estão entre os segredos mais bem guardados nos Estados Unidos.
Entre os documentos confidenciais encontrados, 25 eram classificados como “top secret”. Alguns tinham marcações sugerindo que incluíam informações altamente sensíveis sobre fontes humanas ou sinais eletrônicos autorizados por um tribunal especial de inteligência.
Até agora, não se sabe por que o ex-presidente mantinha os documentos em Mar-a-Lago, e quem tinha acesso ao seu conteúdo.
Crimes passíveis de prisão
Esta é a primeira vez que a inteligência americana admite a possibilidade de que a segurança do país tenha sido ameaçada pelos arquivos que Trump tinha em sua casa da Flórida e que foram recuperados pelo FBI durante uma busca em 8 de agosto.
As informações tornadas públicas pelo Departamento de Justiça até o momento mostram que Trump poderia estar sob investigação por três crimes: obstrução da Justiça, destruição de documentos e violação da Lei de Espionagem, que podem ser passíveis de sentenças de prisão.
Segundo o Politico e a CNN, Haines enviou a carta na sexta-feira, endereçada à presidente do Comitê de Supervisão do Governo da Câmara, Carolyn Maloney, e ao presidente do Comitê de Inteligência da Câmara, Adam Schiff.
Em comunicado, Maloney e Schiff elogiaram a decisão da inteligência americana de abrir uma investigação para avaliar possíveis danos à segurança do país e pediram que as investigações avancem rapidamente.
O anúncio sobre a investigação coincide com a liberação na sexta-feira, por ordem de um juiz, do mandado usado para justificar a operação de busca do FBI na mansão de Trump.
A versão divulgada tinha quase metade de seu conteúdo censurado com tarjas negras, fazendo com que muitos detalhes da investigação do FBI permaneçam desconhecidos.
Entretanto, o texto revela que o FBI temia que a retenção de documentos por parte de Trump pudesse prejudicar a identidade dos informantes e de outras fontes que cooperam com o governo dos EUA.
Fonte: DW