Amostras de núcleo perfuradas pelo rover Perseverance da NASA na superfície marciana estão revelando a geologia de uma cratera que os cientistas suspeitam que possa ter abrigado vida microbiana bilhões de anos atrás, de acordo artigos publicados nas revistas Science e Science Advances.
As amostras, obtidas pelo veículo robótico armazenadas para transporte futuro à Terra para estudos adicionais, mostraram que a rocha dentro da cratera Jezero é ígnea, formada pelo resfriamento de material fundido. As rochas também apresentavam evidências de alteração pela exposição à água, outro sinal de que o frio e árido Marte há muito tempo era quente e úmido.
Os cientistas acreditam que a rocha, formada há cerca de 3,5 bilhões de anos, poderia ser sedimentar, formada como lama e areia depositadas no leito de um lago.
“Na verdade, não encontramos evidências de rochas sedimentares onde o rover explorou o fundo da cratera, apesar de sabermos que a cratera já abrigou um lago e sedimentos devem ter sido depositados. Esses depósitos sedimentares devem ter erodido”, disse o geoquímico do Caltech Kenneth Farley, principal autor de um dos quatro estudos publicados nas revistas Science e Science Advances que descrevem a geologia da cratera.
Perseverance chegou a Marte em fevereiro de 2021 e tem trabalhado ativamente na cratera de Jezero desde então, usando um conjunto de instrumentos, enquanto os cientistas investigam se o vizinho planetário mais próximo da Terra já teve condições propícias à vida.
Ele está coletando amostras de rochas, do tamanho de giz de quadro-negro, em pequenos tubos que devem ser recuperados por uma espaçonave em 2033 e trazidos à Terra para exames adicionais, incluindo bioassinaturas – indicadores de vida.
A cratera Jezero tem 45 quilômetros de largura, localizada ao norte do equador marciano. Parece que a área já foi abundante em água e abrigava um delta de rio, com canais fluviais se espalhando sobre a parede da cratera para formar um grande lago. Os cientistas suspeitam que a cratera possa ter abrigado vida microbiana, com evidências talvez contidas no leito do lago ou nas rochas costeiras.
Fonte/ Portal Yahoo.com