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Candidaturas LGBT+ crescem 36% nas eleições de 2022, aponta ONG

Organização VoteLGBT+ criou cadastro para candidaturas e procurou os partidos, além de checar informações no TSE GILDSON DI SOUZA/SECOM

Um levantamento da VoteLGBT+, uma organização não-governamental que atua para aumentar a representatividade de pessoas LGBT+ na política, mapeou 214 pedidos de registros de candidaturas desse público nas eleições de 2022.


A quantidade representa um aumento de 36% em relação às eleições de 2018. Quatro anos atrás, a ONG identificou 157 candidaturas LGBT+. Esta sigla, que norteou o levantamento, abrange lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais, transgêneros e outros grupos como assexuais e não-binários, por exemplo.


O prazo para os partidos registrarem os pedidos de candidaturas na Justiça Eleitoral para as eleições deste ano terminou na última segunda-feira (15).


Para chegar ao número de candidaturas, a ONG criou um cadastro para os candidatos interessados. Este questionário também foi enviado aos partidos. A ONG ainda fez levantamentos sobre as convenções partidárias que aprovaram as candidaturas.


Inicialmente, eram 256 pré-candidatos LGBT+. No entanto, uma parte das pré-candidaturas ficou pelo caminho.


A confirmação do número final de candidatos foi feita de acordo com a checagem dos pedidos de registros feitos que aparecem no sistema DivulgaCand do TSE (Tribunal Superior Eleitoral).


Candidatos que são LGBT+ mas que não demonstraram interesse em participar do levantamento da ONG ficaram de fora da lista de 214 postulantes.


No registro de candidatura, o TSE não questiona a orientação sexual dos candidatos e só possui as opções “masculino” e “feminino”, além de “não divulgável”, no tópico referente a gênero.


Existe, porém, a possibilidade de solicitar o registro da candidatura usando o nome social. De acordo com os dados do tribunal, 34 pessoas optaram por essa opção neste ano.


Confira dados que o estudo da Vote LGBT+ mostrou:


A presença LGBT na política

Segundo a pesquisadora Evorah Cardoso, da VoteLGBT+, uma das dificuldades da ONG em levantar os dados estava no fato de que muitas candidaturas não eram declaradas ― exceto por figuras como o ex-deputado federal Jean Wyllys.


O que a gente fez, nesse início, foi procurar alguma coisa nas redes sociais das candidaturas, no Facebook, que indicasse que ela era pró-LGBT”, explica a pesquisadora.


Segundo ela, a organização levou em consideração a autodeclaração de gênero de sexualidade e raça. Essas informações estavam no questionário disponibilizado no site da ONG.


A gente foi até Brasília conversar com o ministro Edson Fachin [ex-presidente do TSE] a respeito disso, de que precisaria passar a ser um tipo de dado levantado oficialmente pela Justiça Eleitoral. O problema é que eram sempre informações de terceiros. Então, era alguém dizendo que aquela pessoa era LGBT. Você tinha que ficar checando ali se essa pessoa é ou não é. Não faz sentido isso”, diz Evorah.


À CNN, a pesquisadora se disse feliz com o resultado, mas reforça que é papel do Estado fazer esse mapeamento. “A Justiça Eleitoral, na categoria gênero, ainda trabalha só com o quesito feminino e masculino. Então ela não pergunta se a pessoa é trans, se ela é não-binária.


A gente sabe que isso é uma responsabilidade do Estado. O Estado que tem que produzir dados, a gente faz esse esforço na verdade para também tentar pressionar o Estado para que ele produza essas informações”, complementa.


Debate

As emissoras CNN e SBT, o jornal O Estado de S. Paulo, a revista Veja, o portal Terra e a rádio NovaBrasilFM formaram um pool para realizar o debate entre os candidatos à Presidência da República, que acontecerá no dia 24 de setembro.


O debate será transmitido ao vivo pela CNN na TV e por nossas plataformas digitais.


Fonte: CNN Brasil


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