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Bolsonaro vira alvo por ofensa às mulheres; Lula, por corrupção, em primeiro debate na Band

No primeiro debate na TV, na noite de ontem, o presidente Jair Bolsonaro (PL) entrou na mira dos concorrentes na disputa pelo Palácio do Planalto em razão de ataques às mulheres, da condução da pandemia da covid-19 e da deterioração da economia brasileira. Em outra frente, a artilharia dos candidatos se voltou também para Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no quesito corrupção. O petista se esquivou do tema e tergiversou nas respostas.


Os presidenciáveis não pouparam adjetivos entre si – em sua maioria ofensivos –, no encontro promovido pela Band, em parceria com a TV Cultura, o portal UOL e o jornal Folha de S.Paulo, com a presença, ainda, de Ciro Gomes (PDT), Simone Tebet (MDB), Soraya Thronicke (União Brasil) e Luiz Felipe d’Avila (Novo). Houve tensão. Bolsonaro atacou a jornalista Vera Magalhães, da Cultura.


Logo no início, Bolsonaro questionou Lula sobre os escândalos de corrupção na Petrobras. Segundo o presidente, o esquema prejudicou o povo do Nordeste, um reduto petista. “Era preciso ser ele para me perguntar”, disse Lula. “Inverdades não valem a pena na TV.”


Bolsonaro rebateu: “Todo mundo fazia malfeitos, só o presidente é que não sabia”. O presidente chamou Lula de “presidiário” e citou a delação do ex-ministro Antonio Palocci, segundo o qual “tudo foi aparelhado no governo de Lula”. O petista optou por lembrar de seu governo, que, segundo ele, foi marcado por crescimento. “Meu governo deveria ser reconhecido exatamente por isso.” No bastidor, petistas minimizaram a estratégia do ex-presidente.


Fome

Já Bolsonaro foi questionado por ter dito que não há “fome para valer” no Brasil e pela relação conflituosa com o Judiciário. Ciro, que criticou a polarização, afirmou que “qualquer pessoa que não tenha trocado o coração por uma pedra sabe o que existe fome”. O presidente lembrou que trocou o Bolsa Família pelo Auxílio Brasil, e elevou o benefício médio de R$ 190 para R$ 400, além de prometer manter o valor atual, de R$ 600, no próximo ano. “O meu governo que tem um olhar todo especial para os mais pobres, pagando três vezes que o PT lá atrás no Bolsa Família”, disse Bolsonaro, para quem a economia “está bombando”.


Simone e Soraya lembraram da pandemia e focaram em Bolsonaro. “No momento em que o Brasil mais precisou, o presidente negou vacina no braço dos brasileiros. Não vi o presidente pegar a moto dele e entrar num hospital para abraçar uma mãe que perdeu o filho”, afirmou Simone. A senadora ainda criticou Bolsonaro ao responder pergunta de jornalista sobre a harmonia entre os Poderes. “Sabe como se resolve isso? Trocando o presidente.”


Mulheres

O uso político da religião também foi tema, assim como a pauta feminina. As duas candidatas defenderam a liberdade religiosa, o Estado laico e a busca por equidade salarial entre homens e mulheres. “Quando homens são tchutchuca com outros homens, mas vem para cima da gente sendo tigrão, eu fico extremamente incomodada”, afirmou Soraya sobre Bolsonaro.


A defesa de pautas liberais ficou a cargo de D’Avila e Simone. O candidato do Novo defendeu a entrada de “gente competente e com caráter” em cargos públicos, em oposição aos profissionais da política. “A economia brasileira jamais vai voltar a crescer com o Estado sendo gerido do jeito que é”, disse. “A única forma de crescer é tirar esse Estado pesado das costas de quem produz a trabalha.”


Estadão


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