Após audiência de instrução, realizada no último dia 11 de agosto, Evan Cley Gomes da Rocha foi pronunciado e vai a júri popular por matar o jovem Carlos Antônio Coutinho de Souza, conforme decisão da 1ª Vara do Tribunal do Júri, em Rio Branco. Porém, ele deve aguardar o julgamento em liberdade, cumprindo medidas cautelares.
A justiça levou em consideração o tempo que o acusado estava preso, oito meses, aliado ao fato de ele possuir endereço fixo e não ter antecedentes criminais, então, determinou a soltura dele, que deve cumprir as seguintes medidas cautelares:
• juntar aos autos comprovante de endereço no prazo de cinco dias após sua soltura;
• não mudar de endereço sem prévia comunicação judicial;
• proibição de ausentar-se da comarca onde reside por mais de sete dias, sem autorização judicial;
• não ter contato com nenhuma testemunha do processo;
• comparecer a todos os atos processuais que for intimado.
Caso ele descumpra alguma das medidas impostas poderá ser preso novamente, de acordo com a decisão.
Ainda conforme a decisão, em suas alegações finais orais, a defesa disse que sua tese será apresentada em plenário do júri quando ocorrer o julgamento. O g1 não conseguiu contato com a defesa.
O crime ocorreu em novembro do ano passado, em Rio Branco. Carlos Coutinho era gamer e influenciador conhecido no jogo eletrônico Free Fire. Ele morreu depois de levar uma facada no pescoço enquanto voltava do trabalho em uma bicicleta, no bairro Vila Acre, região do Segundo Distrito de Rio Branco. Após levar a facada em frente a uma igreja, a vítima ainda correu cerca de 100 metros para pedir socorro.
As investigações apontaram que o crime foi motivado por ciúmes. Evan Cley foi preso no dia 8 de dezembro e, segundo a polícia informou na época, ele confessou crime e disse que foi após descobrir que tinha sido traído pela namorada com a vítima.
Na denúncia oferecida pelo Ministério Público, após o crime, o suspeito procurou a igreja que frequentava, contou o que tinha acontecido e o líder religioso Richarlison Lima dos Santos que teria ajudado ele a fugir do flagrante policial, que chegou a ser denunciado, mas na audiência de instrução, o próprio MP pediu pela absolvição dele, por entender que ele não ficou comprovada essa fuga já que a polícia ainda não estava atrás de Cley. O pedido foi acatado pela justiça e Santos foi absolvido.
Denúncia
Na denúncia, o MP-AC disse que o acusado agiu por motivo torpe, o ciúme, e recurso que dificultou a defesa da vítima. Evan Cley teria pegado uma faca do seu trabalho e foi até o Ramal da Castanheira, que era trajeto da vítima, e, como forma de emboscada, a esperou e atacou com o golpe de faca.
Conforme relatório policial, ao verificar as redes sociais de Evan Cley, a Polícia Civil constatou que ele já estava planejando o crime. Postagens falavam sobre morte e “talaricagem”. Em uma das postagens ele dizia “eu sabia que ela merecia mais e também sabia que não aguentaria a dor de ver ela ao lado de outra pessoa, então eu melhorei, melhorei para não perder ela (sic).”
Fonte: G1ACRE