Os trabalhadores brasileiros gastam em média R$ 40,64 para almoçar fora de casa, de acordo com dados de uma pesquisa da Associação Brasileira das Empresas de Benefícios ao Trabalhador (ABBT). Em relação a 2019, último ano em que o levantamento foi feito, o valor é 17,4% maior.
A pesquisa foi realizada em 51 cidades e no Distrito Federal entre fevereiro e abril de 2022 em locais que aceitam vale-refeição como forma de pagamento. O cálculo leva em conta um “prato ideal” composto pelo prato em si, uma bebida (refrigerante, água ou suco), uma sobremesa e um café.
Considerando uma refeição comercial completa, o gasto é de cerca de R$ 31. Já na opção à la carte, o valor mais que dobra, atingindo R$ 64,83.
O gasto é uma média nacional, mas a alta não é homogênea em todos os municípios. A variação leva em conta fatores que impactam no valor final da refeição, como preço do gás e da energia elétrica, sazonalidade dos produtos e valores do frete para transporte.
Nesse sentido, a pesquisa aponta que o maior valor médio foi registrado no Sudeste, em que um almoço fora de casa custa R$ 42,83. Já o menor valor é o do Centro-Oeste, de R$ 34,20.
A ABBT destaca que o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) indica que a inflação dos preços da alimentação fora de casa é de 6,6% no acumulado de 12 meses encerrados em maio. O valor é menor que a alta para a alimentação em casa, que é de 16,1%.
Segundo a diretora-executiva da ABBT, Jessica Srour, “apesar do aumento, os restaurantes estão se adaptando à nova realidade de mercado trazida pela pandemia de Covid-19 e evitando repassar o aumento dos custos aos trabalhadores”.
Ela afirma ainda que, sem o benefício do vale-refeição, um trabalhador gastaria cerca de um terço do salário para almoçar fora de casa, levando em conta uma remuneração média de R$ 2.548. Considerando a média nacional, o gasto no mês para almoçar seria de R$ 894,08.
A expectativa da ABBT é que, apesar da alta, os preços se acomodem em patamares pré-pandemia conforme as atividades presenciais são retomadas.