O Ministério da Saúde informou neste sábado (23) que está negociando com a OMS (Organização Mundial da Saúde) a compra de vacinas para combater a varíola dos macacos.
A notícia foi comunicada pela pasta poucas horas depois de Tedros Adhanom, diretor-geral da OMS, ter decretado estado de emergência de saúde global em resposta ao aumento de casos da doença.
“O Ministério da Saúde também tem articulado com a OMS as tratativas para aquisição da vacina varíola dos macacos, de forma que o Programa Nacional de Imunizações (PNI) possa definir a estratégia de imunização para o Brasil”, informou o Ministério através de uma nota.
De acordo com a pasta, o país está preparado para enfrentar a varíola dos macacos.
O Ministério afirmou que o país disponibiliza testes para todas as pessoas com suspeitas de contaminação, e que monitora diariamente a situação da doença no Brasil.
Casos de varíola dos macacos no Brasil
De acordo com dados divulgados na sexta-feira (22) pelo Ministério da Saúde, o Brasil tem 696 casos notificados da doença e outros 336 ainda estão em investigação.
Os sintomas da doença incluem febre, fadiga, dor de cabeça, dores musculares, e lesões na pele, que são chamadas de exantema ou rash cutâneo (manchas vermelhas). Essas lesões costumam aparecer primeiro no rosto, espalhando para outras partes do corpo.
A doença se transmite por meio das secreções das lesões de pele e mucosas, por gotículas do sistema respiratório ou mesmo por objetos contaminados com fluidos da pessoa infectada. O tratamento para a doença se faz por medicamentos antivirais, como o tecovirimat e o cidofovir, mas a maioria dos casos tende a ser leves e o próprio sistema imunológico combate a doença não sendo necessário o uso de medicamentos específicos.
Vacina
O anúncio da OMS de emergência em saúde tem como objetivo atrair mais investimentos globais e aumentar a atenção para o surto que necessita de ações coordenadas dos países para impedir que a doença se espalhe ainda mais.
A vacina da varíola se mostra eficaz contra a varíola dos macacos em até 85% porque ambos os vírus fazem parte da mesma família. Entretanto, como a varíola humana foi erradicada há mais de 40 anos, atualmente não há vacinas disponíveis para o público em geral.