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Registros nas paredes e sumiço: Relembre o insólito caso do Menino do Acre

Em março de 2017, um garoto residente de Rio Branco, capital do Acre, chamado Bruno de Melo Silva Borges, chamou a atenção da imprensa nacional por seu curioso desaparecimento.


As pistas sobre sua localização não foram encontradas com facilidade, porém, os vestígios deixados em seu quarto foram responsáveis por causar indagações em pesquisadores, investigadores e, principalmente, em sua família.


Bruno havia sido visto pela última vez em 27 de março daquele ano, deixando para trás um quarto cujo chão, paredes e teto eram inteiramente grafados com mensagens cifradas, muitas delas irreconhecíveis.


busca pela descriptografia das escrituras chegou a ser inserida no inquérito da Polícia Civil do Acre, que tentou, sem sucesso, obter respostas sobre o paradeiro com os textos.


Com a divulgação das imagens do quarto repleto de manuscritos codificados, o intrigante caso ganhou um apelido; Bruno se tornava “O Menino do Acre” e iniciava uma série de especulações sobre civilizações alternativas, assassinato de alguém que, supostamente, “sabia mais do que devia” ou até mesmo contatos alienígenas.


Algumas das partes do quarto do “Menino do Acre” / Crédito: Divulgação / Bruno Borges.

Composição do quarto

Durante o primeiro mês de desaparecimento, uma investigação conduzida pelos familiares do então estudante conseguiu identificar cinco tipos diferentes de criptografias, sendo algumas delas baseadas em outras obras literárias, como “O Manual do Escoteiro Mirim” e em obras do filósofo italiano Giordano Bruno, como noticiou a filial acreana do portal G1.


“São mais de cinco tipos de criptografias usadas por ele, umas bem simples e umas bem mais complexas. As mais simples são as que alguns internautas já decodificaram, são apenas cifras de substituição. Entretanto, tem outras que vão exigir um pouco mais de estudo para serem descriptografadas”, disse a irmã, Gabriela.


Os depoimentos da investigação apontaram que a construção do quarto teve um custo de R$ 20 mil e foi feita com dois amigos que auxiliaram nas escritas. Giordano Bruno também se fez presente em uma escultura, comprada por Bruno do artista plástico Jorge Rivasplata, além de uma pintura de um homem ao lado de um alienígena em uma galáxia.


Algumas das partes do quarto do “Menino do Acre” / Crédito: Divulgação / Bruno Borges.

Retorno e dúvidas

O retorno do jovem se deu em agosto de 2017, com a Polícia Civil encerrando a investigação sob a alegação de que “comprovação de ausência voluntária”. Desde então, o “Menino do Acre” foi consultado por diversos veículos de comunicação, mas se nega a explicar o motivo do sumiço ou o significado das escrituras, como explicou em entrevista em 2019.


“(Meu quarto) é uma obra de arte. Eu trabalhei durante anos dentro daquele quarto, várias vezes me isolei ali para criar. Fiz muitos jejuns e retiros ali dentro”, afirmou Bruno. Mesmo assim, ele nega que tratou-se de uma ação de marketing e acrescenta que se preparou por anos para se isolar e meditar, levando suprimentos suficientes.


O pai de Bruno, que é empresário de eventos na capital acreana, Athos Borges, aproveitou para promover o trabalho, permitindo a visitação gratuita da estrutura desde que Bruno deixou a residência, quando se formou em psicologia: “O quarto dele continua como está, aberto a visitação, e afirmo que é incrível, com toda a paz de espírito que se encontra naquele local”, afirmou na reportagem.


Fonte/ Portal aveturanahistoria.com


 


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