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Morte Dom Claudio Hummes, arcebispo de São Paulo comprometido com a preservação da Amazônia

Altamente comprometido com a preservação do meio ambiente e da Amazônia, além de defensor intransigente da causa indígena, morreu, nesta segunda-feira (4), em São Paulo, o arcebispo emérito da capital paulista e de Fortaleza (CE), aos 87 anos de idade, vítima do agravamento de um câncer no pulmão.


Durante o Sínodo da Amazônia, encontro de bispos no Vaticano para discutir a floresta amazônica, dom Cláudio defendeu a demarcação de terras indígenas.


“Nós sabemos que, para os indígenas, isso é fundamental. Também as reservas geograficamente delimitadas são importantíssimas para a preservação da Amazônia”, disse,em entrevista coletiva, num dos intervalos do encontro.


Ele presidiu a Comissão Episcopal para a Amazônia da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) e a Conferência Eclesial da Amazônia, cargos que renunciou em março deste ano, diante do agravamento da doença.


Gaúcho de nascimento, o religioso católico era politizado e abriu as portas da igreja para os metalúrgicos grevistas em 1970, quando eles eram liderados pelo futuro presidente Luiz Inácio da Silva (PT), antes de o politico adotar o apelido Lula ao seu sobrenome. Hummes também trabalhou no Vaticano, ao lado do papa Bento 16. Ele foi nomeado bispo em 1975 e assumiu a diocese de Santo André, na região metropolitana de São Paulo. Foi nessa época que aconteceu a greve geral dos metalúrgicos do ABC, que, em busca de melhores condições de trabalho, desafiaram a ditadura militar que vigorava no país. Lula era o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo durante o movimento, que durou 41 dias e mobilizou mais de 200 mil trabalhadores, segundo estimativas.


Dom Cláudio se posicionou contra a demissão dos grevistas e ofereceu a igreja para abrigar as reuniões deles depois da intervenção federal sobre os sindicatos.


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