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Mães madrugam no Barral y Barral e atendimento de crianças começa com mais de 2h de atraso em Rio Branco

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Para garantir o atendimento dos filhos com síndromes respiratórias, mães chegaram de madrugada na policlínica Barral y Barral. É que neste sábado (2) ocorre uma ação voluntária de atendimentos voltados para crianças de 0 a 12 anos.


Os atendimentos estavam marcados para começar às 7h, mas houve um atraso e só iniciou às 9h30. A previsão é que o serviço seja feito até as 12h, mas com o atraso, esse horário pode mudar. Pelo segundo sábado seguido, a ação é realizada pela Secretaria Municipal de Saúde de Rio Branco, junto com o Sindicato dos Médicos do Acre.


Conforme o Sindmed-AC, são quatro médicos pediatras voluntários e dois residentes em pediatria atuando na ação. Ao todo, foram liberadas 200 fichas neste sábado, número 80% maior que no sábado (25), quando foram atendidas 111 crianças.


O trabalho voluntário é feito pelos médicos com intuito de evitar novas mortes pelo agravamento dessas doenças que vêm crescendo nas últimas semanas. E também desafogar as Unidades de Pronto Atendimento UPAs da capital, já que aos finais de semana, as unidades de saúde do município ficam fechadas.


“Realmente atrasou demais, alguns médicos adoeceram e outros tivemos que ficar aguardando saírem dos plantões. Iniciaram umas 9h30, estamos com quatro médicos, já já todos serão atendidos. Também já tirei dois médicos da prefeitura mesmo, que estavam atendendo em outras unidades para vir para a Policlínica. Cerca de 200 crianças até o momento já passaram por triagem”, disse a secretária municipal de Saúde, Sheila Andrade.


Primeira na fila, dona de casa diz que chegou 3h30 para conseguir senha para os dois filhos — Foto: Andryo Amaral/Rede Amazônica

Primeira na fila, a dona de casa Deysla de Oliveira diz que chegou 3h30 para conseguir senha para os dois filhos, Desângela e Anderson, de 7 e 4 anos, respectivamente.


“Eles estão com tosse, febre e vômito, já está com quatro dias assim, aí fui ao posto, não consegui atendimento e aproveitei para vir nesse mutirão. Cheguei aqui 3h30 e sou a primeira. Espero que eu seja bem atendida, que passem os medicamentos certos para poder tratar meus filhos. Nenhum dos dois teve Covid, fizeram teste, mas não deu, graças a Deus. Espero que não seja grave”, disse a mãe.


Dona de casa Luzirene Freitas dos Santos levou o filho Emanuel Santos, de 2 anos, para atendimento — Foto: Andryo Amaral/Rede Amazônica

A também dona de casa Luzirene Freitas dos Santos levou o filho Emanuel Santos, de 2 anos, para a Policlínica. O menino também está com sintomas gripais.


“O Emanuel está com febre, tosse e quando tosse muito, fica cansado, com falta de ar e vomitando. Está com mais de 10 dias e não está tendo médico nos postos, só tem um canto que está tendo médico, que é no Rosalinda, mas quando a gente chega 3h já não tem mais ficha e é clínico geral, não é pediatra. Aí, hoje aproveitei o mutirão, vi no jornal que ia ter pediatra e viemos, chegamos aqui 4h.”


Mortes crianças

 


O estado já registra 12 mortes de crianças por síndrome respiratória grave. O Ministério Público do Acre informou que serão apuradas as circunstâncias em que a criança morreu. E que já foi feito contato com a família para dar início às investigações. Além da apuração, o Centro de Atendimento à Vítima (CAV) e Núcleo de Atendimento Psicossocial (Natera) estão à disposição para auxiliar no que for necessário, informou.


Após o registro das mortes, o governo do Acre instaurou uma sindicância para apurar os casos. Além disso, a Ordem dos Advogados do Brasil-Seccional Acre (OAB-AC) também criou um grupo de trabalho com a finalidade de levantar informações.


Agora, com a chegada da equipe do Ministério da Saúde, eles devem ficar o tempo necessário para fazer as averiguações que precisam. Serão feitas visitas à Secretaria Municipal de Saúde, às unidades de saúde onde são feitos atendimentos de síndromes respiratórias, afim de investigar e apontar uma resposta do que está acontecendo.


Colaborou Andryo Amaral, da Rede Amazônica Acre


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