Diego Raymond, conhecido sob a alcunha de Mister M no tráfico, foi destaque das notícias policiais no ano de 2010 após se entregar durante a ocupação do Complexo do Alemão, é o mais novo contratado da TV Globo, conforme revelou Patrícia Kogut, do jornal OGlobo.
Longe do sistema prisional há 11 anos, o artista gravou uma participação na série “O Jogo que mudou a História” e também está confirmando no elenco da terceira temporada de “A Divisão” em papel de destaque, sendo ambas as produções originais do Globoplay.
“É um sonho, uma experiência linda. No começo, eu relutei em aceitar, acho que por vergonha e timidez, mas decidi ir e está sendo ótimo. As pessoas têm me elogiado bastante. Podem vir as próximas que eu estou pronto”, descreveu ele, que vem mostrando sua reconstrução nas redes sociais após ficar nove meses preso.
“Sair do crime não é algo fácil, mas existe um caminho e eu quero mostrar isso para os outros. Eu costumo postar sobre as minhas vitórias nas redes sociais, mas eu não faço isso para tirar onda”, desabafou Diego.
“Eu posto justamente para mostrar para aqueles que ainda estão lá (no crime) que há uma luz no fim do túnel. Quero ser uma prova de que bandido bom não é bandido morto. As pessoas precisam de oportunidades”, afirmou Raymond.
IMPORTÂNCIA DO DIRETOR EM SEU REINÍCIO
Ainda na entrevista, Diego Raymond revelou que o convite para atuar nas séries vieram de José Junior, criador de ambas as atrações, que segundo ele, foi essencial em sua ressocialização: “Quando eu me entreguei para a polícia, o José Júnior foi até a delegacia e me perguntou se eu estava disposto a recomeçar a minha vida e, que se eu tivesse, já teria um emprego com carteira assinada ao sair da cadeia”.
“Quando eu fui libertado, fui trabalhar no AfroReggae, onde fiz diversos cursos. Virei cinegrafista e, por isso, já conhecia os bastidores do audiovisual”, afirmou o ator, que pretende seguir na carreira artística e até mesmo assumir as funções por trás das câmeras como diretor.
Por fim, Diego Raymond garantiu que uma de suas prioridades é o futuro dos filhos, sendo duas meninas, de 13 e 12 anos, e um menino de quatro: “Quero dar uma educação boa para os meus filhos, para que eles nem pensem em chegar perto do crime”.