Estudo mostra que adultos falam e cantam com bebês de modo semelhante ao redor do mundo

Foto: Unsplash/Divulgação

Adultos de diferentes culturas e países alteram suas vozes de uma forma consistente ao falar e cantar com crianças pequenas.


Isso é o que revela um estudo publicado na revista científica Nature Human Behavior nesta semana. Segundo os autores da pesquisa, que promete ser uma das mais abrangentes na área, o modo como falamos com bebês, tentando imitá-los ou afinando um pouco mais a voz, é algo comum em pelo menos 12 famílias linguísticas ao redor do mundo, como aquelas que integram o espanhol, o inglês, o polonês, o mandarim, etc. (o português brasileiro não foi levado em conta no estudo).


Para chegar a essa conclusão, o grupo de 40 cientistas envolvido na pesquisa conduziu testes de escuta com mais de 51 mil pessoas de 187 países que falavam os mais diversos idiomas.


Nessas avaliações, os participantes escutaram ao todo mais de 1600 gravações de diálogos dirigidos a crianças e adultos, produzidos por um grupo de mais de 400 pessoas representando culturas de todos os continentes do planeta.


Como essas gravações tinham características acústicas diferentes (aquelas dirigidas a crianças tinham timbres mais puros, as canções eram mais suaves e a fala dos adultos tinha um tom mais alto), os cientistas puderam observar que os ouvintes conseguiam adivinhar com precisão quando essas vocalizações eram de fato direcionadas a bebês.


“Essas descobertas mostram que as características acústicas da fala e da música dirigidas ao bebê são fortemente estereotipadas nas 21 sociedades estudadas aqui”, disseram os autores no estudo.


Na pesquisa, os autores argumentam ainda que esse achado indica que seres-humanos alteram vocalizações quando estão falando com bebês de uma forma que é consistente e amplamente reconhecível, mas fazem também uma ressalva importante: como o estudo cobre apenas 12 famílias linguísticas e foi feito num site em inglês, a análise não pode ser tida como conclusiva.


“Os participantes estudados não constituem uma amostra representativa de humanos, nem as sociedades ou línguas estudadas constituem uma amostra representativa de sociedades ou línguas humanas”, destacaram.


Para avaliar a validade dessa universalidade de vocalizações dirigidas a bebês “em uma ampla gama de sociedades humanas” os pesquisadores alertaram que mais estudos precisam ser conduzidos, em especial pesquisas que foquem em sociedades “previamente relatadas como tendo práticas incomuns de vocalização”.


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