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Caso raro: homem é curado do HIV após transplante de medula óssea

Um paciente norte americano que vivia com HIV foi surpreendido ao receber a notícia que foi considerado curado depois de quase 30 anos convivendo com o vírus. Ele passou por um transplante de medula óssea para o tratamento de leucemia e, segundo médicos, o doador da medula transplantada era naturalmente resistente ao HIV.


O Paciente Cidade da Esperança, como ficou conhecido, foi a quarta pessoa no mundo a ser considerada curada, e é a pessoa mais velha a se recuperar completamente da infecção.


O  homem, que não quis ser identificado, tem 66 anos, e que muitos de seus amigos morreram com o vírus no passado, antes de existirem medicamentos que permitissem melhor qualidade de vida a pessoas com HIV. Hoje, com os remédios, quem tem o vírus pode viver de forma praticamente normal. “Nunca imaginei que eu viveria para ver o dia em que não tivesse mais HIV”, disse o paciente, em comunicado.


Ele recebeu o transplante de medula óssea para substituir as células doentes por células sadias como parte do tratamento para leucemia. No entanto, o doador é resistente ao HIV, apresentando mutações na proteína CCR5, que impede a entrada do vírus nos glóbulos brancos do corpo humano. É justamente a presença de HIV nessas células que causa as complicações aos pacientes.


O Paciente Cidade da Esperança foi monitorado por 17 meses após o transplante e, desde o procedimento, os níveis de HIV foram abaixando cada vez mais em seu organismo. “Ficamos empolgados ao comunicar a ele que o HIV está em remissão, e que ele não precisa mais da terapia antirretroviral que tomava há mais de 30 anos”, afirmou a médica Jana Dickter, especialista em doenças infecciosas e responsável pelo caso.


Apesar do sucesso, ela explica que o procedimento é complexo, com efeitos colaterais potencialmente significativos. “Então, não é uma opção adequada para a maioria das pessoas que vivem com HIV”, afirmou. No entanto, pesquisadores buscam maneiras de atuar sobre a proteína CCR5 a partir da terapia genética.


O caso foi divulgado na conferência Aids 2022, em Montreal, no Canadá. “A cura continua sendo o Santo Graal da pesquisa do HIV“, afirmou a presidente da Sociedade Internacional da Aids, Sharon Lewin, em comentário sobre o anúncio. Ela diz estar esperançosa com o aumento de casos de cura da Aids, afirmando que eles são “esperança contínua para quem vive com HIV e servem de inspiração para a comunidade científica”.


Em 2011, Timothy Ray Brown, conhecido como Paciente de Berlim, foi considerado a primeira pessoa curada do HIV. Estima-se que atualmente existam 38 milhões de pessoas vivendo com o vírus em todo o mundo.


Fonte/ Portal metropole.com


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